Síndrome da ardência bucal: O que é, Sintomas e Tratamento

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A Síndrome da Ardência Bucal (SAB) é definida como uma sensação crônica de queimação intraoral, que não apresenta nenhuma causa identificável, tanto local como sistêmica.

Este desconforto pode afetar a língua, gengivas, lábios, dentro das bochechas, o céu da boca ou áreas disseminadas de toda a boca.

A Síndrome da Ardência Bucal aparece de forma repentina, mas pode se desenvolver gradualmente com o tempo. Infelizmente, a causa específica muitas vezes não pode ser determinada.

Embora isso torne o tratamento mais desafiador, trabalhar em conjunto com sua equipe de saúde pode ajudá-lo a reduzir os sintomas.

A Síndrome da Ardência Bucal também é chamada de parestesia bucal ou glossipirose, e é caracterizada pela sensação de queimação na mucosa da boca.

Continue lendo nosso texto para entender mais a respeito da Síndrome da Ardência Bucal e saiba tudo sobre essa doença. Vamos lá?

O que é a síndrome da ardência bucal?

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A síndrome da ardência bucal é uma condição caracterizada pela sensação de queimação da mucosa oral, sem que uma causa física possa ser detectada.

Assim, pode ser constituída como uma condição de dor crônica de difícil diagnóstico e tratamento, frequente em todo o mundo e que acomete aproximadamente 15% das pessoas idosas e de meia idade, principalmente mulheres.

Não é incomum um paciente portador de SAB relatar dificuldade para dormir à noite e se queixar de sono interrompido.

Relatos de mudanças de humor tais como irritabilidade e diminuição no desejo sexual, podem ser relacionados com padrões alterados de sono.

A ingestão de bebidas e alimentos em temperaturas muito quentes ou muito frias, agravam os sintomas de ardência e sensação de queimação da SAB, além de alimentos condimentados e ácidos.

Os sintomas da Síndrome da Ardência Bucal podem incluir:

  • Uma sensação de queimadura que afeta mais comumente a língua, mas também pode afetar lábios, gengivas, garganta ou a boca inteira;
  • Uma sensação de boca seca com aumento da sede;
  • Mudanças no paladar, como um gosto amargo ou metálico;
  • Perda de paladar;
  • Formigamento, picadas ou dormência na boca.

Quais são as causas da síndrome da ardência bucal?

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A causa da síndrome da ardência bucal pode ser classificada como primária ou secundária. Quando nenhuma anormalidade clínica ou laboratorial pode ser identificada, a condição é chamada de síndrome da ardência bucal primária.

E quando a síndrome da boca ardente é causada por uma condição médica subjacente, é chamada de síndrome da ardência bucal secundária.

Ainda não se sabe quais motivos levam ao aparecimento da síndrome e muito provavelmente é causada por múltiplos fatores associados, entre físicos e psicológicos. Alguns dos mais comuns são:

Alergias

Alergias ou reações a alimentos, aromas de alimentos, outros aditivos alimentares, fragrâncias, corantes ou substâncias odontológicas.

Desequilíbrios hormonais

O desequilíbrio hormonal prejudica a saúde e diminui com o bem-estar individual. Os malefícios são diversos, indo da irritação ao rápido ganho de peso.

As alterações hormonais podem tanto ser a causa como a consequência de inúmeras patologias, o que muitas vezes passam anos despercebidas.

Refluxo ácido

Pacientes que têm a doença do refluxo gastroesofágico estão mais propensos a apresentar problemas orais. Isso porque o suco gástrico é extremamente ácido e, portanto, prejudicial se entrar em contato com os dentes.

Infecções na boca

As feridas orais podem ser causadas por uma infecção, uma doença sistêmica, um irritante físico ou químico ou uma reação alérgica.

Geralmente, como o fluxo normal de saliva ajuda a proteger o revestimento da boca, qualquer problema de saúde que diminua a produção de saliva faz com que aumentem as chances de feridas orais.

Medicações

Medicamentos podem apresentar efeitos colaterais na boca, dos quais a “boca seca” é o efeito colateral mais comum. Os seguintes medicamentos podem causar o ressecamento da boca:

  • Anti-histamínicos (antialérgicos);
  • Descongestionantes;
  • Analgésicos;
  • Diuréticos;
  • Medicamentos para pressão alta;
  • Antidepressivos.

Outros medicamentos podem causar inflamações, ulcerações, dormência, formigamento, distúrbios de movimento, alterações do paladar e, durante a escovação ou do uso do fio dental, sangramento excessivo da gengiva.

Deficiências nutricionais em ferro ou zinco

A Síndrome da Ardência Bucal também pode estar associada com deficiências nutricionais, o que pode ser a primeira indicação do problema, pois a ausência de vitaminas B1, B2, B6, B12, zinco e ácido fólico, estão presentes em 2% a 33% dos pacientes portadores de SAB.

Diabetes

Estudos mostram uma conexão entre a diabetes mellitus e queixas na cavidade oral desde 1942, segundo a literatura os pacientes diabéticos revelam que a SAB está presente 2% a 10% dos casos.

A diabetes também pode levar à xerostomia que predispõe a manifestação clínica da Cândida Albicans e concomitante ao aparecimento da SAB.

Ansiedade

A depressão e a ansiedade têm uma alta prevalência em pacientes com SAB e que os sintomas, como dor e ardor bucal, podem ser reduzidos com a medicação.

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Quem tem maior propensão a ter síndrome da ardência bucal?

A Síndrome da Ardência Bucal é incomum, no entanto, os pacientes que têm maior propensão a sofrer desse mal são:

  • Sexo feminino;
  • Mulheres no período pós-menopausa;
  • Pacientes mais de 50 anos de idade

Quanto tempo dura a síndrome da ardência bucal?

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O desconforto da Síndrome da Ardência Bucal normalmente tem vários padrões diferentes, entre eles:

  • Ocorrer todos os dias, com pouco desconforto quando se acorda, mas se agrava à medida que o dia avança;
  • Começar assim que o paciente acorda e durar o dia todo;
  • Ir e vir durante todo o dia e noite.

Qualquer que seja o padrão de desconforto oral que o paciente tenha, a Síndrome da Ardência Bucal pode durar de meses a anos.

Em casos raros, os sintomas podem desaparecer de repente por conta própria ou se tornaram menos frequentes. Além disso, algumas sensações podem ser temporariamente aliviadas durante a alimentação ou a ingestão de alguma bebida.

A Síndrome da Ardência Bucal é de difícil diagnóstico por que geralmente não causa nenhuma alteração física perceptível na língua ou boca do paciente.

Quais os sintomas da síndrome da boca ardente?

Em relação aos sintomas, a Síndrome da Ardência Bucal pode ser suave ou severa, e variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas descrevem a sensação de ardor como comparável à sensação de ardor de comer alimentos que estão muito quentes.

Outros dizem que é uma sensação de queimadura. Em casos mais leves, a Síndrome da Ardência Bucal pode causar um leve formigamento ou entorpecimento da boca.

Os sintomas podem aparecer de repente ou serem progressivos, havendo principalmente dor intensa na boca, alteração no paladar, como gosto metálico ou amargo, e boca seca.

Alguns dos principais sintomas são:

  • Sensação de queimação na língua, lábios, interior das bochechas, gengivas, palato ou garganta;
  • Aumento da sede;
  • Formigamento ou sensação de ardência na boca ou na língua;
  • Perda do apetite;
  • Dor que aumenta durante o dia;
  • Alteração na quantidade de saliva produzida.

Além disso, os sintomas podem aparecer em qualquer parte da boca, sendo mais comum de acontecer na ponta da língua e nas bordas laterais da boca.

E algumas atitudes podem favorecer a ardência e queimação da boca, como comer alimentos picantes ou quentes e tensão, por exemplo.

Tipos de SAB

A Síndrome da Ardência Bucal pode ser classificada por causa ou sintomas. Hoje, existem três tipos diferentes de SAB com base em seus sintomas, sendo elas:

Tipo 1

O paciente acorda sem queimação, mas os sintomas aumentam ao longo do dia. Este tipo está relacionado a doenças sistêmicas como deficiências nutricionais e diabetes.

Tipo 2

As pessoas apresentam sintomas persistentes durante o dia, mas não apresentam sintomas à noite. Isso muitas vezes coincide com a ansiedade crônica. Os pacientes afetados pelo tipo 2 geralmente possuem transtornos psicológicos

Tipo 3

Os sintomas são intermitentes e podem estar relacionados a alergias alimentares. O sintoma de dor é infrequente, e a localização é em regiões atípicas. O contato com substâncias orais alergênicas pode desempenhar o aparecimento deste tipo.

Como identificar a síndrome da boca ardente?

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Diante da dificuldade existente para chegar ao diagnóstico da SAB é de extrema importância enfatizar o exame clínico. O diagnóstico, geralmente, é obtido após exclusão de todas as outras possíveis alterações mais comuns de causar ardência intraoral.

Durante a anamnese, os sintomas relatados, duração, intensidade, localização, início e os fatores que potencializam a dor devem ser avaliados, dessa forma é muito importante que o profissional tenha conhecimento das características da doença e saiba os seus diagnósticos diferenciais.

Além da anamnese detalhada, procura-se traçar um perfil psicológico do paciente. Patologias como o líquen plano, a língua geográfica e a estomatite protética produzem sensações semelhantes às da SAB.

Exames complementares como cultura para Cândida Albicans, hemograma completo, glicemia em jejum, níveis de ferro sérico, níveis de vitamina B, dosagem hormonal, níveis de secreção salivar e os testes sorológicos para anticorpos da Síndrome de Sjoegren também são amplamente utilizados.

Como tratar síndrome da boca ardente?

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Para elaboração de um planejamento de tratamento adequado, é necessário primeiro detectar se a SAB é primária ou secundária, pois a forma terapêutica nos dois casos é diferente.

Como a síndrome é considerada uma doença psicossomática, não existe um único tratamento. Em geral, são sugeridas diversas abordagens que vão desde o uso de medicamentos, psicoterapia, hipnose entre outras.

Tratamentos que utilizam medidas diversas e com uma abordagem multidisciplinar costumam ter maiores taxas de sucesso. O uso de antidepressivos tricíclicos (TCA), alivia a queimação oral em alguns pacientes. Os mais usados são:

  • Amitriptilina (TryptanolR),
  • Desipramina,
  • Nortriptilina,
  • Imipramina (ImipraR),
  • Clomipramina (AnafrilR).
  • Benzodiazepínicos, como o clorazepam, podem ser eficazes para alterações dolorosas como a SAB.

O controle do consumo do fumo e do álcool, bem como uma dieta alimentar balanceada, evitando alimentos de alto teor ácido, também é válida.

A prescrição de vitamina B é um recurso utilizado na melhoria das ardências, obtendo-se excelentes resultados.

Nos casos onde a cultura de fungos for positiva para Cândida albicans, aplicações tópicas de Nistatina e eventual troca da prótese produzem resultados clínicos satisfatórios.

A acupuntura é largamente utilizada para diferentes finalidades odontológicas, também representando possível método de tratamento para SAB, podendo, além de agir em terminações nervosas, gerar um aumento do fluxo salivar.

Diante das diversas possibilidades de tratamento, é de grande importância que o cirurgião-dentista seja realista e não mostre ao paciente grande otimismo e nem ofereça solução fácil. Pois este poderá ter que aceitar e aprender a conviver com a doença, no caso de um tratamento sem sucesso.

A SAP pode desencadear outros problemas?

Esse é um ponto muito interessante e que demonstra como a síndrome da ardência bucal merece um cuidado especial. Ela pode afetar e trazer outros problemas para a saúde oral, desencadeando problemas como xerostomia, líquen plano e até mesmo perda de paladar.

Por isso é fundamental que o diagnóstico seja feito da forma mais rápida possível.

O dentista formado e devidamente capacitado, é o estomatologista, ele consegue fazer isso com mais facilidade.

Além disso, ele vai oferecer o tratamento ideal e o uso de medicamentos que diminuam o desconforto e façam com que a saúde oral fique em dia.

Prevenção contra a SAP

Não há nenhuma maneira conhecida de prevenir a síndrome da boca ardente. Mas ao evitar o tabaco, alimentos ácidos, alimentos picantes e o estresse excessivo, você pode ser capaz de reduzir o desconforto da síndrome.

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Conclusão

Como dito ao longo do texto, a Síndrome de Ardência Bucal é uma condição com múltiplos fatores etiológicos, sendo que as condições de origem psicológicas (depressão, ansiedade) estão entre as principais causas.

Novos estudos se fazem necessários a fim de que se elucide a causa da SAB para proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.

É importante que o cirurgião-dentista faça com que o paciente entenda a complexidade da síndrome e aceite conviver com sua sintomatologia.

O ideal é que esse paciente seja encaminhado para o Estomatologista, para ser acompanhado, e devidamente tratado.

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