Odontologia para pacientes com necessidades especiais: como atender

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A Odontologia para pacientes com necessidades especiais é uma especialidade da Odontologia. Essa é uma área específica do conhecimento que exige talento e capacitação dos seus profissionais.

Essa especialidade visa tratar pacientes com algum tipo de alteração biopsicossocial. Isso exige conhecimento do cirurgião dentista não somente dos tratamentos tradicionais mas também compreender bem as alterações sistêmicas de cada condição.

Se você quiser saber mais sobre essa área de atuação tão nobre da Odontologia, confira o nosso texto!

Quais são os pacientes com necessidades especiais (PNE)?

Odontologia para pacientes com necessidades especiais é a especialidade da Odontologia que tem por objetivo a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e o controle das patologias bucais de pacientes que tenham alteração no seu sistema biopsicossocial.

O papel do dentista especialista nessa área vai além do diagnóstico e tratamento das patologias bucais. É necessário ter atuação dentro de uma estrutura multidisciplinar, com envolvimento de outros profissionais de saúde, como médicos, fisioterapeutas, entre outros, para oferecer um tratamento integral ao paciente.

Os PNE são pessoas que precisam de atendimento diferenciado pois  possuem algum tipo de necessidade de ordem física, sensorial, mental e/ou comportamental.

De acordo com referências científicas para ser considerado PNE o paciente deve apresentar:

  • deficiência congênita (anomalias ou síndromes), física e/ou mental;
  • distúrbios comportamentais (medo, ansiedade, disfunção cerebral, agressividade, autismo);
  • desvíos psíquicos (neurosis, psicosis, esquizofrenia);
  • alterações metabólicas e fisiológicas;
  • deficiências sensoriais e de audiocomunicação;
  • doenças sistêmicas crônicas (hemopatias, aids, cardiopatias, nefropatias, pneumopatias, transtornos convulsivos, neoplasias etc.);
  • doenças endocrinometabólicas (distúrbios no funcionamento das glândulas hipófise, tireóide, paratireóide, supra renal, hipofunção do pâncreas);
  • desvios sociais, como alcoolismo e toxicômanos;
  • estados fisiológicos especiais, como gestação e pacientes geriátricos.

Como atender na Odontologia pacientes com necessidades especiais em cada particularidade

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O cirurgião-dentista, é um profissional chave no atendimento aos PNEs. Isso porque sabemos que doenças bucais podem agravar patologias sistêmicas e vice-versa. Por isso, a Odontologia para pacientes especiais é fundamental para manter o estado de saúde desses pacientes.

O Ministério da Saúde, criou um guia de atendimento para os PNEs. Com base nesse guia separamos alguns pontos relevantes que você deve ficar atento ao receber esses pacientes no consultório. Vamos lá!

Atendimento ao paciente com deficiência intelectual (DI)

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deficiência intelectual (DI) pode ser definida como “capacidade significativamente reduzida de compreender informações novas ou complexas e de aprender e aplicar novas habilidades”.

É caracterizada pela presença de alterações que ocorrem durante as etapas de desenvolvimento das funções cognitivas, da linguagem, habilidades motoras e capacidade social e que possuem efeito duradouro.

As causas da DI são várias, porém podemos ressaltar as mais prevalentes: fatores infecciosos, genéticos e/ou traumáticos com etiologia ser pré-natal, período natal /perinatal ou período pós-natal.

As manifestações bucais nestes pacientes podem variar de acordo com o grau de comprometimento neuropsicomotor e da capacidade de higiene bucal feita pelo paciente ou seus cuidadores.

Uma condição muito prevalente é a  xerostomia, sobretudo pelo uso constante de medicações que causam a redução de salivação. Além dela, podem ser encontradas maloclusões, trauma oclusal e bruxismo.

Ao receber um paciente com DI, é importante investir no bom relacionamento com os pais/cuidadores/responsáveis, pois eles precisam desenvolver confiança na sua forma de conduzir o tratamento. Seja humano e empático.

Na hora de preencher a anamnese, levante o máximo de informações sobre o uso de medicamentos pelo paciente, já que alguns podem interferir na saúde bucal e, consequentemente, causar algumas manifestações. Também verifique se o paciente tem outras comorbidades, como diabetes ou cardiopatias.

Durante o tratamento odontológico use ao máximo o método: dizer-mostrar-fazer para pacientes com boa cognição, pois isso irá deixá-los mais calmos e, claro, irá auxiliar na higiene bucal e a entender o próprio quadro.

Atendimento ao paciente com deficiência física

A deficiência física pode ser definida cientificamente como “dificuldade na marcha, na sustentação e no equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação dos membros superiores, em graus diferentes de comprometimento, como paralisia (plegia) e falta de força (paresia)“.

Essa deficiência física pode ser congênita ou adquirida, assim como pode ocorrer por lesões neurológicas, ortopédicas, neuromusculares e anomalias.

As manifestações bucais mais comuns incluem deficiência da capacidade de higienização, flacidez da musculatura da língua associada a sulcos na sua face dorsal, desenvolvimento da candidíase mucocutânea crônica e infecções fúngicas.

Em pacientes que sofrem de acidente vascular encefálico (AVE), são comuns manifestações como disfagia, halitose, hipermobilidade da língua, reflexo de vômito protetor, reflexo tussígeno, higiene bucal precária e acúmulo de comida no lado afetado.

Durante a consulta odontológica é importante investir tempo na anamnese e entender bem o tipo de alteração que o paciente apresenta, bem como comorbidades associadas e uso de medicamentos.

Questione sobre limitações físicas, mentais, estado geral da saúde, se apresenta epilepsia, convulsões, alterações auditivas e sensoriais, distúrbios de comportamento e/ou deficiência intelectual.

Organize as suas consultas para serem mais rápidas com o intuito de cansar menos o paciente.

Atendimento a pacientes com paralisia cerebral

Para atender pacientes com paralisia facial é importante entender a magnitude do comprometimento de cada paciente. É preciso compreender que seu consultório deve estar preparado para receber essas pessoas.

Isso exige acessibilidade, espaços internos capazes de suportar a passagem de cadeiras de rodas e a cadeira odontológica deve estar adaptada e com ângulos confortáveis  que se adequem ao corpo do paciente. Se necessário, o recomendado é o uso de apoio para a cabeça para ficar em nível occipital e membros inferiores inclinados e acomodados com rolos de espuma.

Durante o atendimento desses pacientes é importante manter a cadeira ligeiramente inclinada para controlar a deglutição. Também é recomendado utilizar a estabilização protetora com consentimento dos pais/responsáveis, para controlar movimentos involuntários que possam prejudicar o procedimento.

Atendimento ao paciente com deficiências sensoriais – visuais

Fazem parte do grupo de deficiências visuais os pacientes que apresentam baixa visão, podendo ser considerada leve, moderada ou profunda ou cegueira.

Manifestações bucais não estão diretamente associadas a essa confissão, mas a deficiência de higiene pode ser uma situação de rotina.

Por isso, é importante ressaltar técnicas de higienização bucal  com a ajuda de dedeiras de borracha e, em seguida, o uso da escova de dentes. Para isso, você pode pedir licença ao paciente, pegar na mão dele e ajudá-lo a entender os pontos onde a escovação deve ocorrer e como isso deve acontecer.

É importante treinar as técnicas de escovação e uso de fio dental com o seu paciente.

Caso seja uma criança, é importante incluir os pais em todos os processos, assim como devem ser orientados a incentivar o filho e auxiliar a independência.

Por se tratar de um paciente com necessidade especial visual é importante fazer algumas adaptações no seu consultório. Na primeira visita ao consultório, é importante fazer uma apresentação da equipe, guiar a pessoa pelo espaço e, até mesmo, mostrar alguns instrumentos que serão utilizados durante os procedimentos.

Dentro do consultório, é importante explicar ao paciente a disposição dos equipamentos, onde ele deve cuspir e onde pode apoiar os braços. Lembre-se também de sempre avisá-lo quando houver jatos de ar ou água, odores e sabores durante o procedimento, para que ele não se assuste ou seja pego de surpresa.

Atendimento ao paciente com deficiências sensoriais – auditivas

A deficiência auditiva pode ser classificada como  total ou parcial, em um ou nos dois ouvidos. Nem todos os pacientes surdos sabem se comunicar em língua de sinais (LIbras) e/ou sabem realizam leitura labial.

Sendo assim o  atendimento pode ser muito desafiador e requer preparo. Quando o paciente é surdo, pode ser que ele compareça à consulta com um acompanhante para lhe auxiliar no entendimento.

Outro ponto importante é que toda a equipe deve estar ciente da chegada desse paciente, pois isso evitará situações constrangedoras para ambas as partes. Antes de iniciar o procedimento/tratamento, solicite que o paciente retire ou desligue o aparelho auditivo, já que alguns sons podem ser ampliados e isso irá tornar o momento estressante e perturbador.

Como é feita a especialização em Odontologia para pacientes com necessidades especiais?

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O Dentista especialista em pacientes com necessidade especiais é um profissional completo, que domina, além das técnicas de tratamento, a capacidade de realizar um bom diagnóstico de condições sistêmicas e sua relação com manifestações bucais.

Para atuar nessa área é necessário ter um vasto conhecimento em clínica médica geral, psiquiatria, neurologia, psicologia, fisiologia e farmacologia.

O Dentista especialista faz parte integrante de uma equipe multidisciplinar de atendimento com interação com o médico responsável pelo paciente. Assim, a troca de informações entre os profissionais ajuda a estabelecer o plano de tratamento mais adequado.

Para atuar nessa espacialidade é necessário realizar um curso de especialização que possui duração média de 2 anos. Várias faculdades oferecem esse tipo de curso. Na escolha da especialidade é importante observar a grade curricular, carga horária e corpo docente.

Para se tornar um especialista o aluno terá que apresentar um trabalho de conclusão de curso, e ter cursado todas as disciplinas.

Quais são as condições que esse especialista pode tratar?

O dentista especializado nessa área está apto a tratar pacientes:

  • com deficiência física de linguagem, visual ou neuromotora;
  • com deficiência intelectual;
  • com doenças psiquiátricas e neurológicas, como paralisia cerebral, depressão e outras;
  • com doenças crônicas como o diabetes, hipertensão, cardiopatias e outras;
  • com doenças genéticas e síndromes;
  • portadores de outras condições como gestantes, acidentados, idosos, pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia etc.

Como é feita a abordagem nesse tipo de atendimento?

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Sabemos que realizar o tratamento odontológico nos pacientes com necessidade especial pode ser um tanto quanto desafiador. Por isso, a abordagem do especialista deve considerar o tipo de deficiência e sua magnitude.

A abordagem odontológica pode ser convencional para pacientes colaboradores ou com grau baixo de  deficiência.  No entanto, alguns precisam de técnicas, como as psicológicas, de contenção protetora ou química, ou ainda, de anestesia geral, nos casos em que não é possível fazer os procedimentos odontológicos de outra forma.

É importante ressaltar também que o consultório deve estar adaptado para esses pacientes. Como acessibilidade para cadeira de rodas, cadeira odontológica adaptada, profissionais treinados entre outros cuidados importantes.

Qual o salário médio de um especialista em Odontologia para pacientes com necessidades especiais?

O Dentista especialista em pacientes com necessidades especiais ganha em média R$ 3.733,45 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 35 horas semanais de acordo com os dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web.

A faixa salarial média fica entre R$ 3.339,56 e o teto salarial de R$ 7.447,84, sendo que R$ 3.407,47 é a média do piso salarial em 2021 levando em conta profissionais em regime CLT de todo o Brasil.

E claro que o salário irá variar com a região do país e com a experiência profissional de cada especialista.

Conclusão

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Odontologia para pacientes com necessidades especiais (PNE) é a especialidade da Odontologia que tem por objetivo a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e o controle das patologias bucais de pacientes que tenham alteração no seu sistema biopsicossocial.

O cirurgião-dentista, é um profissional chave no atendimento aos PNEs. Isso porque sabemos que doenças bucais podem agravar patologias sistêmicas e vice-versa. Por isso, a Odontologia para pacientes especiais é fundamental para manter o estado de saúde desses pacientes.

Para atuar nessa área é necessário ser especialista e ter um vasto conhecimento em clínica médica geral, psiquiatria, neurologia, psicologia, fisiologia e farmacologia. Pois o dentista irá fazer parte de uma equipe multidisciplinar que irá conduzir o tratamento do paciente.

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