Materiais dentários: o que são e para que servem?

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Proporcionar aos seres humanos melhores condições de vida e saúde sempre foi o objetivo da Odontologia. Tanto que há diversos procedimentos reparadores envolvidos nessa área.

Além disso, a busca por melhores materiais e o estabelecimento de novos protocolos para sua utilização se estende há séculos e continua em pleno desenvolvimento. Afinal, os materiais dentários estão entre os principais utensílios utilizados em diversos processos.

Podemos destacar também o avanço das pesquisas científicas que, a cada ano, oferecem novos materiais com propriedades aprimoradas, visando assim garantir a qualidade do trabalho profissional e proporcionar maior conforto ao paciente.

A diversidade e a modernidade dos produtos disponíveis e continuamente lançados no mercado tornam fundamental o conhecimento de suas propriedades físicas, químicas e mecânicas, pois tais informações nortearão o profissional na escolha do material mais adequado para cada tratamento.

Como falado inicialmente, os materiais dentários são então usados para diversos objetivos e em diferentes procedimentos.

Ter sempre bons materiais dentários à disposição é fundamental para que os dentistas possam cuidar da saúde bucal de seus pacientes.

Entenda, no artigo abaixo, a importância dessa questão e saiba como garantir a qualidade dos materiais de maneira correta.

O que são materiais dentários?

materiais dentarios dentadura

A indústria dos materiais dentários e medicamentos está presente na Odontologia desde o seu início. A avaliação do comportamento clínico e laboratorial dos materiais é imprescindível para uma prática segura com o paciente.

Os materiais dentários são itens usados na restauração dos dentes que devem combinar um conjunto de características especiais, são elas: fácil preparo e aplicação; alta resistência à degradação e corrosão no ambiente oral, além de serem biologicamente inertes.

Além do mais, precisam adquirir rapidamente as propriedades mecânicas necessárias, como alta resistência a pressões, expansão térmica compatível com o dente natural, selar hermeticamente com o tecido dentário vizinho, apresentar cor e transparência compatíveis com o dente natural e, como não poderia faltar, ter bom custo-benefício.

Para que servem materiais dentários?

Todos os instrumentos Odontológicos utilizados pelo dentista — o que inclui os materiais dentários — visam à melhoria e o aperfeiçoamento dos mais diversos procedimentos realizados no consultório odontológico.

Em geral, os itens são bastante específicos, desenvolvidos para suprir as necessidades do profissional, nas mais diversas especialidades, como cirurgia, periodontia, ortodontia, implantodontia, entre outras.

Os materiais dentários são então usados para diferentes objetivos e em procedimentos distintos. Além disso, são eles que servem também para manter a saúde oral em dia, realizar a prevenção de cáries e para efetuar a confecção de restaurações de longa e curta duração.

Em resumo: esses materiais dentários servem para possibilitar ao dentista realizar os procedimentos de atendimento ao paciente. E é de suma importância que o profissional saiba diferenciar os materiais, além de conhecer todas as suas funções, como as sinalizadas abaixo:

  • Preventivos: são aqueles que no meio oral liberam flúor sendo capazes de prevenir ou inibir a progressão das lesões de cárie.
  • Restauradores:  utilizados   para   devolver   função   e   forma   aos   dentes  cavitados podendo ser divididos em diretos ou indiretos, protéticos e provisórios.
  • Acessórios: utilizados no processo de fabricação de próteses e restaurações, mas não fazem parte destas.

Classificação dos materiais dentários

materiais dentarios conferencia

Após compreender o que são materiais dentários e para que esses servem é importante salientar as classificações as quais eles se enquadram.

Os materiais dentários podem pertencer a uma das seguintes classes: metais, cerâmicos e polímeros, lembrando que em sua maioria, são usados como materiais restauradores e como materiais para prevenção.

Alguns desses produtos são capazes de liberar agentes diagnósticos ou terapêuticos de maneira controlada para auxiliar em tratamentos preventivos em populações de alto risco para doenças bucais, por exemplo:

Materiais metálicos

Geralmente são usados em sua forma pura, figuram principalmente constituindo as ligas metálicas presentes em peças protéticas, aparelhos ortodônticos, limas endodônticas, implantes e instrumentais odontológicos.

Os metais são uma das matérias-primas mais bem aceitas, pois apresenta um excelente desempenho mecânico, sem contar que eles também têm alta resistência, um ponto que faz toda diferença para quem procura alternativas duradouras.

Por esse motivo, ele é usado como um elemento de substituição, reforço ou estabilização de tecidos com um aspecto mais rígido. No caso da odontologia, como citado acima, ele pode ser usado na aplicação de implantes dentários, por exemplo.

Suas propriedades são tão requisitadas que também são exploradas em instrumentação cirúrgica, como pinças, tesouras, agulhas e fórceps. É possível destacar o aço inoxidável e ligas de titânio entre os metais mais utilizados nesses casos.

Os metais nobres (como ouro e prata) também costumam ser bem-aceitos, mas o alto custo e altas densidades podem inviabilizar algumas aplicações.

Para que sejam aplicados de forma correta e segura no corpo humano, é importante considerar uma série de requisitos e recomendações. Eles devem ser biocompatíveis para evitar as reações inflamatórias, alérgicas ou tóxicas. Somado a isso, devem também ser testadas e apresentar resistência a possíveis corrosões.

Materiais cerâmicos

Possuem propriedades físicas semelhantes à da estrutura dental, além de ótima capacidade de reproduzir a estética dental. São resistentes à corrosão, têm excelente biocompatibilidade e apresentam dureza compatível com a do esmalte do dente e baixa condutividade térmica.

Os materiais cerâmicos costumam ser  bem aceitos pelo tecido e dão ao sorriso uma boa estética.

Para melhor entendimento, vale ressaltar que as cerâmicas odontológicas estão cada vez mais sendo requisitadas nos consultórios. É notório o uso rotineiro de restaurações em cerâmica para reparação estética nas clínicas odontológicas.

Sua aplicação clínica se consagrou por apresentar várias propriedades desejáveis de forma semelhante aos dentes naturais, dentre as quais se destacam: translucidez, fluorescência, estabilidade química, coeficiente de expansão térmica linear próxima ao da estrutura dentária, compatibilidade biológica, assim como a maior resistência à compressão e à abrasão.

Polímeros

Muito utilizados em Odontologia restauradora, são substâncias compostas por cadeias de monômeros. Os polímeros mais utilizados são os metacrilatos, presentes principalmente em resinas acrílicas, resinas compostas, cimentos odontológicos, materiais de moldagem, selantes e adesivos.

Ou seja, os polímeros abrangem uma variedade imensa de materiais odontológicos, que vão desde os materiais de moldagem até os materiais utilizados em cirurgias, como fios de sutura ou biomateriais à base de silicone usados nos procedimentos de reconstrução facial.

Devido à baixa densidade, os polímeros são adequados para substituição de tecidos moles da cavidade oral. Entretanto, eles não devem ser tóxicos ou apresentar resíduos monoméricos.

As principais características desses polímeros são a alta ductilidade, boa compatibilidade e resiliência, além de não serem susceptíveis ao processo corrosivo. Baixas resistências mecânicas inerentes a esses materiais podem ser melhoradas reforçando-os com fibras de carbono.

Propriedade dos materiais dentários

materiais dentarios implante

Como já foi mencionado, a correta seleção do material odontológico exige que o profissional tenha uma noção básica a respeito de sua estrutura. As propriedades dos materiais usados em Odontologia podem indicar sua qualidade em diferentes aplicações.

Propriedades físicas

Comumente são propriedades embasadas nas leis da mecânica, acústica óptica, termodinâmica, eletricidade, magnetismo, radiação, estruturas atômicas ou fenômenos nucleares.

Sendo assim, define-se propriedade física como qualquer propriedade usada para caracterizar matéria e energia e suas interações.

Tais propriedades não estão relacionadas primariamente com aplicações de forças sobre um corpo, como no caso das propriedades mecânicas, e incluem cor, densidade, condutividade térmica e elétrica, ponto de fusão, etc.

Propriedades térmicas

Uma das propriedades mais importantes de um biomaterial odontológico é a biocompatibilidade, melhor explicando, é a capacidade do material extrair uma resposta biológica apropriada numa certa aplicação no corpo.

As propriedades térmicas são uma importante aplicação da mensuração de temperatura que ocorre durante o preparo cavitário.

As diferenças de condutibilidade térmica quantidade de calor que passa através de um corpo podem causar diferenças nas respostas dos tecidos moles. Assim, é desejável um melhor entendimento da condutibilidade de vários materiais restauradores para promover um grau adequado de isolamento, compatível com o dente natural.

O exemplo a seguir torna a explicação mais palpável: Quando o paciente toma uma xícara de chá ou sorvete, a diferença de temperatura envolvendo os dentes se evidenciará. Com isso, a polpa de dente pode reagir severamente se não estiver protegida dessas temperaturas que diferem grandemente da temperatura normal de 37°C.

Quando o especialista coloca uma restauração, coroa, ponte ou prótese, é necessário tomar o cuidado de proteger a polpa dos extremos da temperatura. Portanto, as propriedades térmicas dos materiais dentários necessitam ser consideradas.

Na boca, existe um estado instável de transferência de calor durante a ingestão de alimentos sólidos e líquidos que se encontram frios ou quentes. A dentina e o esmalte do dente são isolantes térmicos efetivos.

Apesar disto, é preciso lembrar que, como acontece com qualquer isolante térmico, a estrutura dentária tem que apresentar uma espessura suficiente para ser um isolante térmico efetivo. Quando a camada de dentina entre o assoalho da cavidade e a polpa é fina, ele perde muita capacidade isolante.

Um exemplo da importância dessa propriedade em Odontologia é o caso de uma restauração dentária expandir ou contrair mais que o dente, durante as alterações de temperatura. Se isso ocorrer, a restauração poderia sofrer infiltração pela contração ou soltar-se por uma expansão.

Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas representam um grupo das propriedades físicas, ou seja, toda propriedade mecânica é uma propriedade física, mas não o contrário.

Como elas são muito utilizadas, é importante que sejam listadas separadamente daquelas que são estritamente físicas, mas não mecânicas em natureza.

As propriedades mecânicas podem ser definidas como aquelas que compreendem a resposta dos materiais às influências mecânicas externas, manifestadas pela capacidade de desenvolverem deformações reversíveis e irreversíveis e resistirem à fratura.

Essas propriedades mecânicas avaliam o comportamento e resistência dos materiais odontológicos à deformação permanente ou fratura, sob aplicação de uma força ou tensão, a fim de caracterizar a resistência deles quanto aos esforços sofridos na cavidade oral.

Na Odontologia, as mais importantes são: resistência à compressão, ductilidade, módulo de elasticidade, resistência à flexão, tenacidade à fratura, dureza, resistência ao impacto, resistência ao cisalhamento, resistência à tração, torção, entre outras.

Conhecer as propriedades mecânicas dos materiais é importante para que qualquer deformação resultante da aplicação de uma força não seja excessiva, não leve à fratura e não diminua a longevidade dos tratamentos.

Sendo assim, a correta seleção do material odontológico exige que o profissional tenha uma noção básica a respeito de sua estrutura, uma vez que as propriedades dos materiais podem indicar sua qualidade em diferentes aplicações.

A maioria dos materiais restauradores deve suportar forças durante a fabricação ou mastigação. A quantidade de força, tensão, deformação, resistência, rigidez, tenacidade, fricção e desgaste podem ajudar a identificar as propriedades de um material.

Quais são as características desejadas para os materiais dentários?

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A Odontologia de uma forma geral tem como objetivo manter ou melhorar a qualidade de vida do paciente, através da prevenção de doenças, aperfeiçoamento da eficiência mastigatória e melhoria na fonética e estética.

Por isso, os materiais usados precisam ser eficazes e confiáveis. Para uma escolha bem sucedida e correta aplicação dos materiais dentários, é fundamental ter algum entendimento das propriedades e características desses materiais.

Da mesma forma, os materiais dentários devem cumprir esses objetivos e além desses, possuem os seguintes pré-requisitos:

  • Biocompatibilidade;
  • Exibir propriedades similares aos tecidos que tentam mimetizar;
  • Ser capaz de promover reparação ou regeneração tecidual dos tecidos perdidos ou lesionados;
  • Adesão permanente as estruturas dentárias e ósseas;
  • Igualar-se com a aparência natural da estrutura dentária e dos tecidos visíveis.

É importante que o profissional entenda que avaliar os materiais dentários é uma tarefa que demanda certo cuidado e deve ser feita de forma criteriosa.

Quais são os principais materiais dentários?

materiais dentarios prototipos

Agora que já está claro o que são os materiais dentários e como eles são classificados na Odontologia, é importante salientar quais são os principais usados em diferentes especialidades.

Primeiramente, é preciso entender que alguns materiais  dentários e suas funções atendem particularmente alguma especialidade, como Implantodontia, Endodontia, Ortodontia ou Estética. Entretanto, há alguns produtos considerados de uso universal por qualquer consultório de dentista.

Em geral, esses materiais se dividem em: materiais dentários forradores e restauradores, pode ser classificados entre as propriedades subseqüentes:

  • Mecânicas
  • Reológicas
  • Luz, cor e estética
  • Biológicas
  • Térmicas

Cada uma dessas propriedades têm sua importância e deve ser muito bem conhecida pelo profissional, para que ele possa utilizar a melhor indicada para o caso do paciente.

Tendo isso como objetivo, é possível salientar alguns materiais dentários e como eles funcionam:

  • Verniz Cavitário Simples ou Convencional: são compostos à base de resina copal natural ou sintética, dissolvida em clorofórmio, éter ou acetona. Quando aplicado em uma cavidade, o solvente evapora-se rapidamente, deixando uma película forradora semi-permeável que veda com certa eficiência os túbulos dentinários.
  • Verniz Modificado ou Liners: são geralmente compostos por hidróxido de cálcio, óxido de zinco e resina poliestireno, dissolvidos em clorofórmio. Quando aplicados na cavidade o solvente evapora-se, deixando uma película protetora desses materiais aderida às paredes cavitárias.
  • Cimento de Hidróxido de Cálcio: também conhecido como forrador, tem como finalidade o isolamento térmico, a proteção do complexo dentina polpa, indutor de formação de dentina, além de também ser usado na cimentação de próteses provisórias.

São cimentos de baixa resistência à compressão e alta solubilidade, mas com pH básico, que favorece na neutralização da acidez do tecido cariado, estimulando a formação de dentina reparadora.

  • Cimento de Ionômero de Vidro: se constitui numa evolução dos cimentos de silicato e de policarboxilato, associando as características positivas dos dois materiais: adesividade à estrutura dental, biocompatibilidade e a liberação de íons de flúor.
  • Cimento de Óxido de Zinco: é indicado em casos de restaurações provisórias, ou seja, curativos. Ele pode ser em pó ou líquido (eugenol e óleo de oliva como plastificador) e é ótimo para reduzir a fragilidade.
  • Resina Composta: em geral é indicada principalmente nos casos de restaurações Classes III, IV e V e costuma ser dividida entre as resinas autopolimerizáveis e as fotopolimerizáveis.
  • Amálgama: é um material dentário utilizado para restaurar dentes posteriores. A mistura da limalha com o mercúrio vivo (amálgama) é tecnicamente conhecida como trituração e suas indicações são para restaurações de Classes I e II, ou seja, nos dentes posteriores.

No cumprimento de suas funções, o profissional precisa estar apto para reconhecer e conservar corretamente os principais equipamentos e instrumentos utilizados nos diferentes tratamentos odontológicos, desde os básicos, presentes em todos os consultórios dentários, até os empregados em procedimentos mais específicos.

A Odontologia está em constante evolução, com materiais mais desenvolvidos e de boa qualidade, com o intuito de resolver da melhor maneira, os problemas de ordem oral.

Conclusão

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Proporcionar ao ser humano, melhores condições de vida e saúde sempre foi o objetivo da Odontologia. A busca por materiais de qualidade e o estabelecimento de novos protocolos para sua utilização se estende há séculos e continua em pleno crescimento.

O fato é que o avanço da tecnologia permite ao dentista oferecer um tratamento mais ágil, confortável e com previsibilidade.

A Odontologia nos dias atuais possui um conjunto de equipamentos, produtos e materiais que convida o profissional a não permanecer na zona de conforto.

Essa diversidade de materiais e modernidade dos produtos disponíveis e continuamente lançados no mercado, tornam fundamental o conhecimento de suas propriedades, pois tais informações nortearão o profissional na escolha do material mais adequado para cada tratamento.

Isso, sem pautar o grande avanço em pesquisas científicas que oferecem, a cada ano, novos materiais com propriedades aprimoradas, visando assim, garantir a qualidade do trabalho do dentista e proporcionar maior conforto ao paciente.

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