Você sabe o que é Marpe? Marpe vem do inglês Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expander, que traduzindo seria expansor rápido da maxila assistida por mini implantes. Essa técnica atual é muito utilizada para realizar a disjunção da sutura palatina mediana em pacientes adultos jovens com o intuito de corrigir mordidas cruzadas.
Para se realizar a técnica da maneira correta é necessário seguir protocolos e conciliar bem a equipe. É preciso um grande planejamento entre ortodontista, laboratório e cirurgião para que você consiga ter mais sucesso no tratamento.
Para que você entenda bem o que é e como utilizar o Marpe no seu consultório, preparamos esse texto exclusivo. Confira!
O que é o Marpe?
De maneira geral Marpe é um sistema de expansão da arcada superior, onde o aparelho (disjuntor palatino) é fixado no palato com auxílio de quatro mini- parafusos de ancoragem esquelética, ao invés da tradicional fixação em dentes.
Dessa forma, conseguimos resultados mais previsíveis, ou seja, menor inclinação dentária em caso de jovens e adultos nos quais a sutura palatina mediana e outras já estaria consolidada.
Em cerca de 70% dos casos a técnica pode ser utilizada em adultos sem que haja necessidade de realizar cirurgias a nível hospitalar, como o caso da Sarpe (expansão da maxila assistida cirurgicamente).
Para se indicar bem a utilização do Marpe deve-se realizar o estudo tomográfico das suturas maxilares do paciente, bem como sua situação clínica para definir se essa técnica seria a melhor estratégia de correção de mordida cruzada ou atresias maxilares.
Marpe pode ser considerado um mini-implante?
Marpe é diferente de mini-implante. Mini-implante é um tipo de acessório utilizado como ancoragem esquelética temporária, utilizado para auxiliar o tratamento ortodôntico. Os mini-implantes podem ser utilizados em diversas posições na maxila e mandíbula e em associação com diversos tipos de aparelhos ortodônticos.
O Marpe é considerado uma nova opção para a expansão rápida da maxila,que utiliza mini-implantes como ancoragem para promover maior resultado esquelêtico e menor inclinação dentária. Ele possui menores efeitos indesejáveis do que os disjuntores que não recebem ancoragem esquelética.
Dessa forma, o marpe é utilizado em casos de atresia maxilar em pacientes que já finalizaram o fechamento de suturas da maxila e que não seriam casos eleitos para realização de cirurgias como a sarpe.
Qual é a constituição do Marpe?
O disjuntor tipo Marpe é constituído por um parafuso disjuntor fixado no palato através da instalação de quatro mini implantes na região paramediana da sutura palatina. Dois desses mini-implantes são colocados ao nível da terceira rugosidade e os demais próximos da região dos primeiros molares.
Assim como os disjuntores tradicionais, esse aparelho recebe bandas nos molares que são cimentadas aos dentes e que recebem soldas para fixar o disjuntor.
Para escolher o disjuntor é preciso avaliar a quantidade de expansão necessária para o arco. Também é necessário realizar estudo tomográfico para escolher o local de instalação dos mini-implantes.
Dessa forma, para sua confecção é indicado que se faça um estudo virtual com modelos 3D e tomografia para se confeccionar os guias para instalação de mini-implantes. Todos esses cuidados tornam o aparelho mais preciso e consequentemente a técnica mais previsível.
Para que serve o marpe?
A expansão rápida de maxila ou disjunção palatina é um tipo de tratamento Ortodontia que possui o objetivo de expandir o arco superior, ou arco maxilar.
É indicado para pacientes que apresentam arco superior estreito ou palato profundo, mordida cruzada posterior, casos em que a mordida cruzada surgiria com um possível avanço de mandíbula, melhora de espaço para erupção dentária, entre outros.
Para realizar essa expansão, o aparelho conta com um parafuso que é dividido no centro. À medida que o paciente ou seus responsáveis fazem a ativação do parafuso as metades se afastam e promovem a expansão da arcada.
Quando realizado em crianças e adolescentes esse procedimento pode ser realizado sem auxílio de mini-implantes pois a sutura palatina mediana ainda não está completamente mineralizada, e por isso ela se rompe promovendo expansão esquelética quando o disjuntor é ativado.
No entanto, com o passar dos anos, existe a consolidação dessa sutura sendo que em pacientes adultos a opção mais utilizada para resolver esses problemas transversais seria a sarpe: procedimento que utiliza o disjuntor palatino somado ao procedimento cirúrgico para realizar a ruptura da sutura palatina e outras.
Com o mar, uma nova possibilidade surgiu. Tratar esses pacientes que já possuem consolidação da sutura utilizando um reforço esquelético como os mini implantes e reduzir a necessidade de cirurgias em casos de média complexidade.
Quais as vantagens de usar a técnica marpe?
Existem sim algumas vantagens de se utilizar o marpe para tratamento das discrepâncias transversais em jovens adultos. Vamos conhecê-las?
Expansão maxilar esquelética
A aplicação de força através do uso do marpe promove, muitas vezes, a ruptura da sutura palatina (a linha de união entre as duas metades do osso maxilar) com menos efeitos dento-alveolares. Esse fato promove a expansão da arcada, gerando mais espaço, melhora do formato e muitas vezes corrigindo mordidas cruzadas posteriores.
Melhoria na estética
Uma vez que geramos maior espaço na arcada e melhoramos o seu formato, a utilização do marpe para promover a expansão rápida da maxila promove o ganho estético. Assim, os dentes poderão ser alinhados e nivelados de maneira mais adequada e o paciente terá um corredor bucal mais harmônico e jovial.
Melhora na respiração e apnéia
A expansão rápida da maxila por promover o de fato o aumento transversal da maxila que influencia positivamente na expansão da cavidade nasal e vias aéreas posteriores. Por isso, essa técnica permite sim melhora da respiração e hipopneia.
Quando o marpe não é indicado?
O Marpe não estaria indicado para correções transversais severas em adultos. Esses pacientes que possuem a sutura palatina mediana muito interdigitada, madura, e com deficiências transversais severas, o mais indicado seria realizar a técnica cirúrgica sarpe.
Como planejar o Marpe?
Sendo o caso indicado para realização do Marpe, para iniciar o tratamento é necessário realizar um estudo tomográfico e definir o grau de maturação da sutura palatina mediana. Também é necessário realizar a aferição das medidas de volume ósseo, do tecido mole e definir o tamanho e posição dos mini implantes palatinos.
Todo esse processo pode e deve ser feito virtualmente, pois dessa forma podemos confeccionar um guia (Marpe Guide) para posicionamento dos mini-implantes, o que reduz a chance de erro.
Depois que a etapa de planejamento e laboratorial são concluídas o mini implante pode ser instalado com auxílio do Marpe Guide. Os mini implantes devem ser transfixados na cortical palatina e na cortical do assoalho nasal. Essa bicorticalização garante a estabilidade do aparelho e melhores resultados.
Como realizar a instalação do Marpe?
O aparelho tipo Marpe virá pronto do laboratório conforme planejamento virtual realizado. Sendo assim, o primeiro passo é a instalação dos quatro mini implantes que são colocados de forma a ficarem bicorticalizados.
Logo após o Marpe pode ser instalado de maneira semelhante a cimentação de um disjuntor convencional.
Após a instalação inicia-se a ativação do aparelho. Com relação a ativação do aparelho vemos alguns tipos de protocolos na literatura científica.
Existem profissionais que realizam a ativação com 2/4 de volta a cada 12 horas para pacientes jovens e 1/4 de volta para indivíduos adultos, até alcançar uma sobre correção da mordida cruzada posterior.
Contudo, nos casos de pacientes adultos, é importante ressaltar que a disjunção maxilar pode não ser alcançada devido ao avançado processo de maturação da sutura palatina mediana.
Vale a pena lembrar também que cada caso é um caso e deve ser avaliado de maneira individual e a ativação do aparelho deve ser customizada a cada realidade.
Após obtenção da correção o Maper ficará em boca por um tempo médio de 6 a 12 meses como contenção, aguardando a neoformação óssea no “gap” entre as duas metades da maxila disjuntada.
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Conclusão
A técnica de expansão rápida da maxila assistida por mini-implantes, Marpe, tem-se mostrado eficaz e eficiente para correção de alterações transversais na maxila, como o caso de mordida cruzada posterior em pacientes jovens e adultos.
O Marpe potencializa o efeito ortopédico da disjunção palatina, reduzindo os efeitos dentro alveolares associação a disjunção convencional nesse tipo de paciente. Vale a pena lembrar que em casos severos ou casos em que a sutura palatina esteja madura e muito interdigitada o Sarpe (opção cirúrgica) deve ser considerada.
Para ter sucesso na técnica é necessário realizar o diagnóstico e o planejamento de maneira precisa, além de elaborar um protocolo de ativação individualizado para o seu caso.
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