A herpes labial é uma infecção causada pelo vírus herpes (HSV-1) que gera o aparecimento de lesões bolhosas e feridas. Essas lesões geralmente aparecem no lábio e podem causar formigamento, coceira, dor e sangramento.
O vírus da herpes labial é altamente contagioso através do contato direto, como pode acontecer durante um beijo, ou pela utilização de objetos compartilhados como copos, talheres ou toalhas, e durante o tratamento odontológico.
Por isso, conhecer a lesão e saber como atender esses pacientes é essencial para o dentista. Preparamos um texto completo para você saber tudo sobre o assunto. Confira!
O que é herpes labial?
A herpes labial é causada pelo vírus da herpes, HSV-1 ou 2, que pode aparecer em qualquer lugar do corpo que ocorrer contágio. Existem dois tipos desse vírus:
- Tipo 1: que frequentemente se associa as lesões orais;
- Tipo 2: que é responsável por 80 a 90% das lesões genitais.
O herpes labial é uma infecção do vírus HSV-1 que pode se manifestar tanto nos lábios, boca ou gengiva.
Essa doença causa pequenas bolhas ou vesículas, que, quando estouram, acabam formando uma ferida. A doença também pode causar bastante incômodo na região, como dores e coceira.
Quais as causas da herpes labial?
Quando adquirimos o vírus da herpes, normalmente, o vírus fica no nosso organismo por vários anos, de forma latente por grande parte do tempo. Porém, existem alguns fatores que podem levar a um desequilíbrio que favorece o surgimento dos sintomas da doença.
Normalmente, esse desequilíbrio está relacionado com o enfraquecimento do sistema imune.
Dentre os fatores que parecem levar ao desenvolvimento de herpes labial podemos citar:
- Pequenas infecções, como gripe ou resfriado;
- Períodos de intenso estresse;
- Presença de doenças do sistema imune, como HIV ou lúpus;
- Tratamento com antibióticos;
- Exposição excessiva ao sol.
Herpes labial atrapalha o tratamento odontológico?
Diante de um quadro de herpes labial ativo, ou seja, com lesão, a sessão clínica de atendimento odontológico deve ser suspensa.
Isso se deve ao fato de que manipular os tecidos moles durante procedimentos odontológicos pode romper as vesículas e bolhas herpéticas, escorrendo o líquido para outras partes.
Com isso, existe o aumento do risco de contaminação do profissional, auxiliares e instrumentos/ equipamentos odontológicos. O ideal é retomar as sessões uma vez reparada a região afetada.
Por que não é indicado continuar o tratamento odontológico em pacientes com herpes labial?
Existem algumas situações clínicas que a intervenção do profissional se faz necessária, por vários motivos, mesmo com lesões herpéticas bucais. Dessa forma, ao realizar o atendimento desses pacientes você deverá ficar atento aos fatores abaixo:
Promove desconforto no paciente
Além dos cuidados com a biossegurança, o paciente com lesões herpéticas pode ter desconforto com dor e prurido na região, sangramento facial e ruptura vesical durante as manipulações dos tecidos moles envolvidos, o que pode ser muito incômodo.
Exige maior proteção
Deve-se tomar as medidas-padrão de assepsia, esterilização, desinfecção e antissepsia. O objetivo desses cuidados é evitar a contaminação do profissional e contaminações cruzadas.
Limitação das manobras clínicas
Devido ao fato do tecido labial estar lesionado o paciente fica mais sensível às manobras clínicas do dentista. Por isso, a abertura bucal bem como a manipulação de tecidos moldes e afastamento de mucosas pode ficar comprometido.
O que fazer para aliviar a dor do paciente com Herpes Labial na hora do atendimento?
Os antivirais são eficazes na fase prodrômica e inicial da infecção. Porém, a maioria dos pacientes procuram o profissional após os primeiros dias de sinais e sintomas da doença.
Quando estão nessa fase da infecção sabe-se que os antivirais têm pouca ou quase nenhuma ação benéfica contra a doença.
Para atendimento de pacientes com lesão ativa podemos fazer a aplicação de laser de baixa intensidade.
Quais os sintomas de herpes labial?
A herpes labial possui sintomas muito conhecidos e seu diagnóstico não é muito complicado. Dentre os principais sintomas podemos citar:
- Pequena ferida no lábio;
- Bolhas sensíveis;
- Dor ao movimentar a boca;
- Coceira e vermelhidão numa pequena área do lábio.
Muitas vezes é possível reconhecer, até 48 horas antes do aparecimento de bolhas no lábio, que se vai ficar ter um episódio de herpes, pois existem sintomas que antecedem a erupção na pele como formigamento, coceira, vermelhidão e desconforto nos lábios.
Afta ou herpes labial: como diferenciar?
Alguns pacientes, às vezes, têm dúvidas para diagnosticar uma lesão herpética. E o nosso papel como dentista é saber identificar, diagnosticar e orientar os nossos pacientes com relação às lesões bucais.
Veja abaixo as principais diferenças entre a herpes e a afta. Confira!
Afta
As aftas são lesões não infecciosas que surgem nas mucosas, como a língua, bochechas ou interior dos lábios. Essas lesões geralmente possuem uma cobertura úmida e são brancas ou amareladas no topo.
Ao contrário da afta, a lesão de herpes aparece em lábios ou ao redor dos dentes e se caracteriza por lesões bolhosas.
Herpes labial
As lesões de herpes costumam aparecer nos lábios, principalmente no inferior, ou na gengiva ao redor dos dentes. São lesões bolhosas, dolorosas e que dão sensação de queimação.
A afta tem uma duração pequena já a herpes pode usar até uma semana
Dentista pode detectar e tratar herpes labial?
O cirurgião dentista é sim o profissional responsável pelo diagnóstico e tratamento de lesões de herpes labial.
Geralmente o diagnóstico é feito em consultas clínicas tendo em vista os achados clínicos, corroborando com os achados da literatura e relato do paciente.
Poucos profissionais utilizam a citologia esfoliativa e cultura de microrganismo no auxílio ao diagnóstico. Apesar de lento e trabalhoso, o diagnóstico laboratorial e isolamento viral ainda é considerado o método padrão para diagnóstico do HSV-1.
Tratamentos para herpes labial
Não é necessário ou fundamental realizar tratamento para o herpes labial, já que o sistema imune consegue combater o vírus e resolver os sintomas em cerca de 10 dias.
No entanto, existem algumas situações clínicas que pedem tratamento. Para tanto, alguns remédios antivirais, como o Aciclovir ou Valaciclovir, podem ser indicados para uso na forma de pomada e aplicados sobre a região afetada, ajudando a aliviar os sintomas e ajudando no combate ao vírus.
Nos casos mais graves o uso de antivirais orais pode ser indicado para o tratamento. Veja abaixo os tipos de tratamentos disponíveis:
Pomadas
Um tipo de tratamento muito utilizado para herpes e a utilização de pomadas antivirais, como:
- Zovirax (aciclovir), que deve ser aplicada a cada 4 horas, durante cerca de 7 dias;
- Dermacerium HS gel (sulfadiazina de prata + nitrato de cério), que deve ser aplicada cerca de 3 vezes ao dia, até completa cicatrização, em caso de infecções oportunistas por bactérias;
- Penvir lábia (penciclovir), que deve ser aplicada a cada 2 horas, durante cerca de 4 dias.
Medicamentos
Os antivirais orais podem ser usados em casos mais graves e em pessoas imunocomprometidas, que correm o risco de desenvolver complicações.
Podem também ser utilizados como tratamento a longo prazo, para prevenir recidivas, mas só se forem recomendados pelo médico.
Os medicamentos mais usados para o tratamento de herpes labial são o aciclovir (Zovirax, Hervirax), o valaciclovir (Valtrex, Herpstal) e o fanciclovir (Penvir).
Curativos líquidos
Como uma alternativa para as pomadas, podemos utilizar curativos líquidos nas lesões e assim protegê-las de possíveis injúrias. Esse tipo de curativo contribui para a cicatrização e alívio da dor causada pela herpes.
Esses adesivos também impedem a contaminação e a propagação do vírus. Um exemplo de um curativo líquido é o Filmogel para Herpes labial, da Mercurochrome, que pode ser aplicado de 2 a 4 vezes ao dia.
Orientações para dar ao paciente com Herpes Labial
Caso você tenha pacientes com herpes labial seria interessante passar algumas recomendações para eles. Essas recomendações serviram para deixá-los mais confortáveis e conscientes sobre os cuidados necessários. Veja abaixo 7 dicas essenciais:
- O herpes vírus é altamente infectante. Assim, a primeira orientação que se dá aos pacientes sempre diz respeito aos cuidados locais de higiene.;
- Lavar bem as mãos e evitar contato direto com outras pessoas. Além disso, não furar as bolhas sob nenhum pretexto;
- É indispensável prevenir uma infecção secundária por bactéria, o que piora muito o quadro;
- Minimizar o risco de disseminação indireta. Ou seja, lavar bem itens, como toalhas e talheres ou copos, antes de reutilizá-los;
- De preferência, não compartilhar itens com uma pessoa infectada. Principalmente quando ela tiver lesões de herpes;
- Evitar desencadeadores (principalmente exposição ao sol), se tiver tendência ao herpes labial;
- Evitar o sexo oral quando estiver com lesões de herpes na boca ou perto da boca. Os preservativos podem ajudar a reduzir (mas não a eliminar totalmente) o risco.
Conclusão
A herpes labial é causada pelo vírus da herpes, HSV-1 ou 2, que pode aparecer em qualquer lugar do corpo que ocorrer contágio. Essa doença causa pequenas bolhas ou vesículas, que, quando estouram, acabam formando uma ferida. A doença também pode causar bastante incômodo na região, como dores e coceira.
O cirurgião dentista é sim o profissional responsável pelo diagnóstico e tratamento de lesões de herpes labial. Geralmente o diagnóstico é feito em consultas clínicas tendo em vista os achados clínicos, corroborando com os achados da literatura e relato do paciente.
Existem algumas situações clínicas que pedem tratamento do herpes labial. Para tanto, alguns remédios antivirais, como o Aciclovir ou Valaciclovir, podem ser indicados para uso na forma de pomada e aplicados sobre a região afetada, ajudando a aliviar os sintomas e ajudando no combate ao vírus.
Diante de um quadro de herpes labial ativo, ou seja, com lesão, a sessão clínica de atendimento odontológico deve ser suspensa. Isso se deve ao fato de que manipular os tecidos moles durante procedimentos odontológicos pode romper as vesículas e bolhas herpéticas, escorrendo o líquido para outras partes.