Farmacologia na Odontologia: o que os estudantes precisam saber?

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A farmacologia é a ciência que estuda como os medicamentos ou substâncias interagem com o organismo, sendo capazes de promover alterações funcionais e estruturais. O estudo da farmacologia na Odontologia tem o objetivo de preparar o cirurgião dentista para medicar corretamente o seu paciente no tratamento das patologias bucais.

A disciplina de farmacologia é dada no curso de graduação em Odontologia e contempla o estudo das diversas classes medicamentosas, formas de prescrição, avaliação de seus efeitos primários e colaterais bem como o estudo da farmacocinética da droga no organismo.

Estudar farmacologia na Odontologia não é fácil e exige disciplina e comprometimento. Por isso, preparamos um texto para você, estudante da Odontologia, que deseja saber como aproveitar essa disciplina e melhorar os seus conhecimentos na área! Vamos lá?

O que é farmacologia na Odontologia?

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A farmacologia é o estudo das interações medicamentosas com o organismo, a fim de tratar patologias e alterações locais/sistêmicas. É considerada uma das principais ferramentas para os profissionais de saúde, incluindo os cirurgiões dentistas, que lidam diariamente com prescrições medicamentosas.

Ao estudar os efeitos e mecanismos de ação dos fármacos,  pode-se compreender sua atuação e também conhecer a fisiologia do organismo. Esse conhecimento permite a indicação de medicamentos melhorando o tratamento e reduzindo efeitos colaterais.

A farmacologia na Odontologia estuda os principais grupos de fármacos, como os analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos, bem como outros tipos de drogas e suas ações no organismo. Esse conhecimento é fundamental no dia-a-dia do cirurgião dentista.

Como cientistas manipulam tecidos o tempo todo! Ao realizar o tratamento da cárie, uma raspagem, cirurgias e até tratamentos de patologias bucais, como doenças auto-imunes.

Portanto, conhecer a dinâmica e como atuam os medicamentos no nosso corpo é fundamental!

Como a farmacologia é dividida?

O estudo da farmacologia pode ser dividido de acordo com a sua ação no organismo em: farmacocinética e farmacodinâmica.

A farmacocinética estuda como o organismo se comporta ao interagir com o fármaco. Já a farmacodinâmica visa estudar como o fármaco atua no organismo, ou seja, o local e mecanismo de ação. Vamos entender melhor esses dois princípios!

Farmacocinética

A farmacocinética estuda quantitativamente os processos de administração, absorção, distribuição, biotransformação e excreção das drogas no organismo.

  •  Absorção: estudo da transferência da droga para o seu local de administração e corrente sanguínea;
  • Via de administração: estudo das formas de prescrever a droga, como no caso de administração enterais (quando a droga entra em contato com qualquer segmento do trato gastrintestinal) ou parenterais (as que não interagem com o trato gastrointestinal).
  •  Distribuição ou formas farmacêuticas: determinam as formas farmacêuticas nas quais os produtos foram elaborados. Em forma de comprimido, cápsula, líquido, pó, etc.
  • Biotransformação: estudo de como os fármacos se comportam após a sua absorção, onde são metabolizados e em quais compostos são metabolizados e excretados.
  • Excreção: após serem absorvidos, distribuídos e transformados, as drogas devem ser excretadas do organismo. Nessa categoria você irá aprender como é de que forma determinada droga é excretada. Se é eliminada na urina, fezes, pulmões, bile, fezes, suor, lágrimas, saliva e leite materno, etc.

Farmacodinâmica

A farmacodinâmica e o estudo dos mecanismos de ação e seus efeitos no organismo. Nessa parte da farmacologia na Odontologia o objetivo é estudar os locais de ação e seus mecanismos, receptores, magnitude dos efeitos, efeitos colaterais, entre outros.

  • Ação da droga: estuda o local e ação da droga no órgão, tecido, células e receptores. Um determinado fármaco pode atuar em diferentes sÌtios do organismo e, em decorrência, provocar diversos efeitos, desejáveis ou indesejáveis;
  • Dose eficaz: qual é a dose necessária para fazer efeito? e qual é a dose que pode induzir efeitos indesejados e ou perigosos à saúde? Nesse tópico você aprenderá como calcular a dosagem ideal dos medicamentos;
  • Reações adversas: são consideradas efeitos que ocorrem simultaneamente com o efeito principal, geralmente limitando a utilização da droga. O estudo de efeitos adversos são essenciais na prática clínica.

Qual a importância do estudo da farmacologia na Odontologia?

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Pode não ser de conhecimento de todos mas a farmacologia é extremamente necessária no meio odontológico. O dentista também prescreve medicamentos, logo deve conhecer profundamente as substâncias.

Por meio dela é possível prever as variadas reações que o nosso organismo pode sofrer ao entrar em contato com um novo remédio. Assim, a farmacologia é imprescindível para qualquer área da saúde que lide com pacientes.

Farmacologia é uma ciência que estuda as interações das mais diversas substâncias e remédios com os sistemas biológicos. É também uma das disciplinas estudadas durante o curso de odontologia.

O dentista deve entender detalhadamente como os medicamentos usados nos procedimentos odontológicos agem no corpo do paciente. Por isso, é necessário um estudo específico sobre a farmacologia na odontologia.

Como funciona o estudo da farmacologia na Odontologia?

O cirurgião-dentista possui o dever legal de conhecer os aspectos farmacológicos dos medicamentos que prescreve. Sendo assim, o estudo da farmacologia na Odontologia é obrigatório em todas as instituições de ensino.

Geralmente a disciplina de farmacologia é dada no ciclo básico do curso de graduação. Muitas vezes, esse fato pode prejudicar o futuro profissional, que ao final do curso, pode apresentar insegurança e dúvidas neste tópico.

A disciplina tem em média, de 4 a 6 meses de duração, e possui um cronograma apertado de estudos. Isso porque é necessário compreender bem todo o mecanismo de ação das diversas classes medicamentosas.

Esse fato foi inclusive citado em um artigo científico publicado por Brito e colaboradores. Os autores verificaram em sua pesquisa essa insegurança dos estudantes do último semestre do curso de Odontologia para prescrever medicamentos.

Na Odontologia as principais informações sobre farmacologia e terapêutica são  oferecidas pelas escolas, seja durante a sua formação acadêmica e ou pós-graduação  entre os recém-formados.

No entanto entendemos que deve haver um esforço do estudante para manter seus estudos de farmacologia ao longo da graduação e ao longo da sua vida profissional com curso de atualização e leitura continuada de artigos científicos.

O que se aprende e como potencializar seus estudos em Farmacologia na Odontologia?

Na Odontologia o conhecimento farmacológico é imprescindível, pois o dentista é profissional que prescreve medicações na sua atividade clínica. Sendo assim, deve conhecer profundamente os medicamentos que utiliza no exercício de sua profissão.

Esse conhecimento é alcançado quando o estudante leva a sério a disciplina e faz além. Além de estudar para a disciplina é necessário que você se mantenha atualizado durante e após a graduação.

Saber quais novas medições foram lançadas e como elas atuam no organismos é uma necessidade constante.

Na disciplina de farmacologia dada na faculdade de Odontologia você irá estudar os os conceitos básicos da farmacologia para a terapêutica medicamentosa, a farmacodinâmica e farmacocinética, absorção, distribuição, biotransformação, excreção, biodisponibilidade, toxicidade, efeitos adversos das diversas classes medicamentosas.

Você também irá aprender os cuidados que devem ser tomados ao prescrever medicações para paciente com alterações sistêmicas, como hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, entre outras.

A disciplina também ensina sobre as diferentes classes medicamentosas como analgésicos, antiinflamatórios, antibióticos, antihistamínicos, ansiolíticos, e todas outras.

Você aprenderá como prescrever as medicações, quais a sua posologia, forma de administração, riscos, efeitos desejados e efeitos colaterais esperados.

Para que você consiga absorver tanto conteúdo em pouco tempo é necessário que você se planeje e mantenha uma rotina rigorosa de estudos. A disciplina não é fácil e é fundamental para sua vida clínica. Portanto, confira abaixo algumas dicas para otimizar o seus estudos de farmacologia!

Planeje seu estudo com atenção

A rotina do estudante de Odontologia não é fácil. São muitas tarefas, planejamentos, provas e trabalhos. Por isso, é comum encontrar universitários atolados e estressados nos fins de período.

Para evitar que isso aconteça com você, a melhor opção é organizar seu tempo e suas tarefas. Atualmente existem várias formas de organizar as tarefas, como aplicativos em celular, planner, agendas, murais e quadros.

Para melhorar a sua produtividade, inclua todas as suas tarefas em um local onde você veja com frequência. Estabeleça prioridades e prazos para que as tarefas sejam finalizadas.

Lembretes são importantes e evitam atrasos e esquecimentos. Durante os períodos mais complexos de estudos, eles podem ser seus grandes aliados. E não deixe nada para última hora! Isso pode comprometer a sua performance na disciplina,

Como fazer isso?

Para organizar o seu estudo da farmacologia divide a matéria por tópicos como por exemplo as classes de medicamentos. Quando dividimos o estudo por classes você vai aprender associados os mecanismos de ação.

Isso quer dizer que você irá entender melhor como aquele grupo de medicamentos funcionam, suas  indicações, efeitos adversos e interações medicamentosas comuns a essa classe.

Isso faz com que você reduza sua chance de falhar e de ficar confuso com tantas informações.

Outra dica importante é tentar entender o mecanismo pelo qual as medicações atuam. Decorar não é uma boa pedida. Quando decoramos, hora ou outra vamos esquecer. E você deve lembrar que está estudando para sua vida e não para uma prova, não é mesmo.

Por isso, domine os princípios básicos de farmacocinética e farmacodinâmica! Isso irá fazer com que os mecanismos das classes medicamentosas pareçam mais fáceis de serem compreendidos.

Como prescrever uma receita odontológica?

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A prescrição realizada pelo cirurgião-dentista deve contemplar a indicação dos fármacos de acordo com as suas áreas de competência, e sua finalidade durante o tratamento odontológico.

Para fazer uma prescrição adequada o profissional deve coletar informações do paciente (anamnese), investigar o seu histórico de alergia a medicamentos e interpretar os seus sinais e sintomas.

A receita odontológica deve conter medidas medicamentosas que sejam de fácil compreensão e detalhada para facilitar a vida do paciente.

O cirurgião-dentista deve informar ao paciente sobre a terapêutica selecionada de forma clara e acessível, indicando os benefícios esperados e problemas associados. É importante ressaltar também a forma de armazenamento do medicamento para manter a sua eficácia.

Portanto, a receita odontológica deve seguir os seguintes critérios:

  • Deve ser clara, legível e redigida em linguagem compreensível;
  • Se manual deve ser escrita sem rasura, em letra de forma e por extenso;
  • Não deve apresentar abreviaturas, códigos ou símbolos;
  • Deve informar nome, forma farmacêutica e concentração do medicamento prescrito;
  • Deve conter a quantidade total de medicamento (número de comprimidos, drágeas, ampolas, envelopes), de acordo com a dose e a duração do tratamento;
  • Indicar a via de administração, o intervalo entre as doses, a dose máxima por dia e a duração do tratamento;
  • Deve conter o nome, endereço e telefone do cirurgião-dentista de forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso de medicamentos prescritos;
  • Conter data da prescrição, assinatura e carimbo do prescritor;
  • Conter manifestação expressa se não desejar permitir a intercambialidade do medicamento de marca prescrito pelo genérico ou similar, conforme disposto na Lei no 9.787/99.

Vantagens da receita odontológica tradicional

Agora que você já sabe como redigir uma boa receita odontológica você pode estar se perguntando: qual é a melhor forma de prescrição atualmente? A receita tradicional ou a digital?

Obviamente cada uma delas apresenta vantagens e desvantagens. Por isso, vamos listar para vocês as características de cada uma para que você possa escolher a que melhor te atende na prática clínica.

Então vamos lá! Você provavelmente já conhece bem a receita tradicional. A maioria dos dentistas certamente já redigiu esse tipo de receita. Listamos abaixo as principais vantagens desse tipo de prescrição.

Maior segurança

Como toda novidade as receitas digitais podem trazer maior insegurança, tanto para o paciente quanto para o profissional. Como as normatizações ainda não são totalmente conhecidas, o uso da receita tradicional se torna mais segura aos olhos dos profissionais.

Para aumentar a segurança da sua clínica você pode fazer a prescrição tradicional em duas ou três vias, e guardar uma cópia com você caso necessite de comprovações futuras.

Não depende do acesso a internet

Outra vantagem da prescrição tradicional é o fato de não depender de acesso à internet. Sabemos que por mais que a internet hoje seja altamente difundida, às vezes encontramos locais com pouco ou nenhum acesso.

Além disso, você pode por ventura, ficar sem o sinal na sua operadora. Isso pode impactar diretamente o trabalho de quem opta por realizar as prescrições digitais. Com a receita tradicional, basta ter o seu bloco de receituário e carimbo que você poderá prescrever sem problemas em qualquer situação.

Vantagens da receita odontológica digital

Assim como a tradicional, a receita digital também apresenta uma série de vantagens. Vale a pena conhecer bem esse tipo de prescrição para que você possa tomar uma decisão consciente e bem informada. Então vamos lá conhecer as vantagens da receita digital!

Praticidade

Uma boa vantagem da prescrição digital é a sua praticidade. Hoje temos vários bancos de prescrições medicamentosas que possuem a lista de todos os fármacos contendo sua posologia, forma de administração e genéricos. Isso facilita a busca de medicamentos e o entendimento da sua farmacologia.

Além disso, nos softwares odontológicos, é possível guardar os modelos de prescrição mais utilizados por você. Isso pode facilitar e otimizar o seu dia-a-dia.

Essa prescrição também pode ficar armazenada no histórico do seu pacientes. Além de ser um documento legal, você pode acessá-lo de qualquer lugar. Ou seja: você pode prescrever de qualquer lugar que tenha acesso a internet.

Reduz o uso de papel

Outra vantagem da receita digital é reduzir os gastos de papelaria. Além de ser uma prática sustentável para o meio ambiente você facilita a logística do seu consultório.

Quem é empreendedor dentista sabe que um ítem da papelaria que mais gastamos no dia-a-dia é o receituário. Por isso, a emissão digital pode traduzir em redução de gastos no seu bolso.

Minimiza os riscos de fraudes

Um grande inconveniente da prática odontológica são as fraudes. Elas podem acontecer com a falsificação ou roubo de documentos, como receituários, papel timbrado e carimbo do dentista.

A receita odontológica digital evita as fraudes relacionadas a prescrição de medicamentos e a automedicação por parte do paciente. Isso porque é preciso ter um certificado digital para fazer a prescrição. Como este está vinculado a você, as falsificações ficam muito mais difíceis.

Por isso, a precisão digital pode ser um método seguro para você.

Conclusão

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A prescrição de medicamentos faz parte do dia-a-dia do cirurgião-dentista. Por ser uma atividade de rotina, aprender sobre os medicamentos e como realizar prescrições é fundamental!

A disciplina de farmacologia é dada no curso de graduação em Odontologia e contempla o estudo das diversas classes medicamentosas, formas de prescrição, avaliação de seus efeitos primários e colaterais bem como o estudo da farmacocinética da droga no organismo.

Sabemos que o curso de Odontologia é intenso, e por isso, pode ser difícil estudar bem todas as disciplinas. Porém, tenha em mente que a farmacologia é uma prioridade! Organize o seu horário para dar atenção e compreender a fundo os mecanismos das medicações.

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