A distalização de molares superiores é uma técnica ortodôntica principalmente utilizada para correção das más oclusões de Classe II de natureza dentoalveolar, correção de protrusão dentária e abertura de espaço.
Essa mecânica pode ser realizada de diversas formas e utilizando diversos aparelhos, como: distalizadores fixos, mini-implantes ou mini-placas de ancoragem, distalização sequencial utilizando alinhadores ortodônticos, entre outros.
Para você, que deseja conhecer melhor essa técnica, elaboramos esse texto. Conheça abaixo as indicações, as formas de se fazer bem como as vantagens e desvantagens de cada tipo de aparelho distalizador.
O que é distalização de molares?
A distalização de molares é um tipo de mecânica ortodôntica, ou seja, um tipo de movimento dentário. Esse movimento ocorre prioritariamente por translação sendo que inclinações dentárias podem acontecer caso o vetor de força não passe no centro de resistência do dente.
Esse tipo de movimento é de grande necessidade em muitos tratamentos, principalmente os que envolvam a correção de Classe II de Angle que causa está na protrusão dos dentes superiores em relação aos inferiores. Ou seja, o problema não está na mandíbula.
A distalização também pode ser realizada em caso de biprotrusão dentária na qual o ortodontista deseja corrigir sem lançar mão de extrações dentárias. Também podem realizar distâncias quando precisamos abrir espaço para implantes, por exemplo.
Por isso, como vimos, a distalização é um movimento muito utilizado e por isso devemos conhecer os diferentes dispositivos e mecânica para se realizar esse movimento dentário.
Para que serve a distalização?
A distalização serve para corrigir a posição dos dentes que se apresentam mesializados, ou seja, à frente do local que deveriam estar. No caso da Classe II, por exemplo, todo arco superior está à frente do inferior. Dessa forma, os molares, pré-molares e caninos precisam ser distanciados e por último os incisivos retraídos, para que essa má-oclusão seja corrigida.
Idealmente a distalização envolve um movimento de translação dos dentes para distal. Ou seja, se o vetor de força distal passar pelo centro de resistência de molares ele causará um movimento de corpo sem inclinações dentárias para distal.
Porém, se essa força passar acima ou abaixo do centro de resistência além de movimento de translação para distal teremos também inclinações dentárias que podem ser benéficas ou não para o caso. Muitas vezes essas inclinações dentárias precisam ser trabalhadas ao longo do tratamento.
Esse movimento de translação e/ou inclinação distal promove correção de más-oclusões e aberturas de espaço quando necessário.
Quando ela é indicada?
A distalização de molares estará indicada quando tivermos uma má oclusão de Classe II de primeira ou segunda divisão na qual o componente causador do “problema”sejam os dentes superiores.
É importante então observar a causa da Classe II. Para esse tipo de mecânica ela deve ser de origem dentoalveolar e não esquelética. Nesse último caso as cirurgias ortognáticas estariam mais indicadas.
Vale lembrar que para realizar a distalização a causa da Classe II não pode ser mandibular, pois nesse caso seria preferível tratar o arco inferior com mesialização dentária.
Outra indicação importante da distalização é a abertura de espaço para implantes em caso de perdas dentárias ou distalização em bloco em casos de biprotrusão dentária na qual queria enviar exodontias.
Como fazer na prática a distalização de molares?
Agora que já sabemos o quê é e quando indicar a distalização de molares precisamos saber como fazer, certo? Confira abaixo algumas formas de realizar a distalização.
Distalizadores fixos
Os distalizadores fixos e removíveis já existem há muito tempo, e nos últimos anos ganharam uma nova formatação com a chegada da ancoragem esquelética. Eles são muito indicados para o final da dentadura mista, ou para o tratamento de jovens e adultos.
Os distalizadores removíveis, como a placa de Cetlin, possuem um bom resultados porém dependem da colaboração do paciente como uso para que sua mecânica seja eficaz. Já os distalizadores fixos como Pêndulo, Pendex, Distal Jet, entre outros, já não possuem essa desvantagem.
A grande desvantagem dos distalizadores fixos é a projeção dos incisivos superiores. Alguns possuem mais e outro menos essa tendência , mas nenhum deles provoca um movimento de corpo puro dos molares e nem evitam esse efeito colateral nos incisivos.
São eficazes, porém, a proposta mais recente de utilizar esses utilizadores associados a mini-implantes parece mais animadora.
Quando os distalizadores fixos são colocados juntamente com mini-implantes os efeitos colaterais de inclinação de molares, extrusão, e projeção de incisivos reduz, o que torna essa técnica uma excelente opção.
Inclusive, eles podem ser utilizados para correção de Classe II antes do uso de alinhadores ortodônticos, por exemplo.
Distalização com alinhadores
Que os alinhadores ortodônticos vieram para ficar ninguém mais pode contestar. Com o passar dos anos a técnica vem se aprimorando e movimentos mais complexos já podem ser feitos com certo grau de previsibilidade.
Esse é o caso da distalização. A distalização é tida como um movimento previsível na mecânica com alinhadores ortodônticos, isso porque o plástico consegue abraçar bem a superfície etária e promover esse movimento.
Nesse caso, opta-se por realizar a distalização sequencial. Portanto, inicia-se a distalização dos segundos molares e quando ela atinge 50% do movimento, a distalização do primeiro molar acontece, e assim por diante até distalizar os caninos.
É importante ressaltar que a distalização sequencial com alinhadores precisa de uma certa”ajuda” Para movimentos até 2 mm o uso de elástico de Classe II associado ao movimento é recomendado.
Para distalizados acima de 2mm, o uso de elásticos e mini-implantes está recomendação para que se otimize o movimento e evite perdas de ancoragem.
Distalização com mini-implantes/ mini-placas
O uso da ancoragem esquelética certamente revolucionou a ortodontia. Através desse recurso conseguimos otimizar o tratamento e ganhar previsibilidade. E isso não é diferente com a distalização.
Seja utilizando distalizadores fixos, aparelhos ortodonticos fixos ou alinhadores ortodônticos, o uso de mini-implantes ou mini-placas associadas potencializa o movimento, aumenta a previsibilidade, reduz a importância da colaboração dos pacientes e melhora o vetor de força, criando menos inclinações e efeitos indesejados ao movimento.
Portanto, veja abaixo como podemos utilizar os mini-implantes associados a diferentes tipos de aparelhos.
Como distalizar molares com mini implante?
Como vimos anteriormente, os mini-implantes são um recurso essencial da ortodontia contemporânea. Para a distalização eles podem ser utilizados com distalizadores fixos, com aparelhos fixos convencionais ou alinhadores ortodônticos.
Com distalizadores fixos, como no caso do pêndulo, os mini-implantes serão utilizados no palato, ou céu da boca, ancorando o aparelho.
O seu papel aqui será potencializar a distalização por e reduzir o efeito colateral de projeção dos incisivos superiores. Isso porque o movimento distal não promoverá um força vestibular nos incisivos quando os mini-implantes estão sendo utilizados.
Com ortodontia fixa convencional podem fazer a distalização de diversas formas. De maneira geral a distalização pode ser feita utilizando mini-implantes alveolares ou extra-alveolares. Caso seja utilizado um mini implante extra alveolar, os dentes superiores serão distribuídos em bloco e não haverá necessidade de reposicionar o mini-implante ao longo da mecânica.
Já se forem utilizados mini-implantes alveolares faremos a princípio a distalização de molares e depois, o mini-implante é posicionado para fazer a distalização de pré molares e caninos. Essa distalização pode utilizar o apoio direto ou indireto sobre os mini-implantes, como uso de cursores, molas, ganhos soldados, etc.
Na mecânica com alinhadores os mini-implantes podem ser utilizados em distâncias sequências acima de 2 mm.
Deve-se utilizar os mini-implantes extra-alveolares quando o planejamento envolve esse reforço de ancoragem desde o início do tratamento. Para isso, pode-se utilizar um elástico de canino até o mini-implante em região de crista infrazigomática.
Já, se o planejamento é fazer um reforço de ancoragem após a distalização de molares, o mini-implante pode ser colocado na região de molares. Do primeiro molar sairá um ganho colado que perderá os molares aos mini-implantes evitando perda de ancoragem na distalização dos pré -molares.
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Conclusão
A distalização de molares é um tipo de mecânica ortodôntica, ou seja, um tipo de movimento dentário. Esse movimento ocorre prioritariamente por translação sendo que inclinações dentárias podem acontecer caso o vetor de força não passe no centro de resistência do dente.
Esse tipo de mecânica pode ser realizado de diferentes formas, podendo utilizar distalizadores, removíveis, fixos, aparelho fixo e alinhadores ortodônticos associados a mini-implantes ortodônticos.
Independente do tipo de aparelho ou mecânica escolhidas, o mais importante é o conhecimento do profissional. Antes de escolher o caminho faça o diagnóstico correto e entenda a biomecânica envolvida do aparelho de escolha.