Diastema nada mais é do que um espaço entre os dentes. Esse espaço pode acontecer em diversas regiões e possui causas variadas. A causa mais prevalente é a alteração da anatomia do dente ou desproporções de tamanho dentário.
Essa condição clínica pode ser tida como estética ou anti-estética mas o fato é que funcionalmente deveríamos ter contatos interproximais justos para evitar impactação alimentar na região interproximal.
Sendo assim, existem algumas formas de corrigir os diastemas. Preparamos esse texto para você entender melhor o assunto, veja!
O que é um diastema?
Diastema é classificado como um espaço entre os dentes, ou seja, um espaço na região interproximal. Essa condição pode ser observada em qualquer região e com envolvimento de qualquer dente superior ou inferior.
Geralmente, quando o diastema está presente no arco superior ele se torna mais visível ao sorriso e pode incomodar o paciente por questões estéticas ou de impactação alimentar.
Na infância, na fase de dentadura decídua e mista é comum encontrar diastemas. Eles inclusive são necessários para que a criança faça a troca dos dentes permanentes de forma que haja espaço adequado nas arcadas para acomodar os dentes que são naturalmente maiores do que os decíduos.
No entanto, na fase adulta e com a presença de todos os dentes permanentes, os diastemas deveriam desaparecer, e a arcada deveria se apresentar alinhada, nivelada e sem espaços.
O diastema pode estar presente por alguns motivos, como alterações de forma, ausência dentária por perda ou agenesia, ou alteração do tamanho dentário. Essa última opção geralmente é a que mais acontece.
Quando temos uma desproporção entre os tamanhos dos dentes com a arcada, “sobrará” espaço, causando o diastema em alguma região. Quando ele é anterior, chama mais a atenção do paciente que ,muitas vezes, procura tratamento por conta da estética do sorriso.
O diastema apresenta riscos para o paciente?
A presença do diastema levanta duas questões a serem trabalhadas com o paciente: a parte estética e a parte funcional. A parte estética é subjetiva. Alguns consideram estético e outros anti-estéticos.
Por isso, a opção de fechamento somente por questões estéticas deve ser norteada pelo paciente. Já a questão funcional precisa ser falada ao paciente, pois ele a saberá dessa implicação sozinho.
Idealmente um arco dentário deve ser contínuo, sem diastemas e com contatos interproximais justos. Essa condição permite que não haja impactação alimentar na região interproximal. Essa impactação recorrente pode gerar defeitos ósseos na região a longo prazo.
Por isso, nossa opção profissional deve ser fechar o espaço por questões funcionais, e a estética deixamos para o julgamento individual de cada paciente.
Quais são as principais causas de diastema?
Como vimos anteriormente, o diastema é comum e necessário na infância, pois os dentes decíduos são menores do que os permanentes. Portanto, se tivermos uma arcada sem diastemas na fase de dentadura decídua provavelmente teremos problemas de falta de espaço após troca pelos permanentes.
Esses diastemas na infância geralmente são transitórios, terminando quando os permanentes erupcionam.
Já em adultos, o diastema pode ser causado por:
- alteração de tamanho dentário;
- alteração de forma;
- ausência/agenesia de algum dente;
- anormalidade no freio labial;
- presença de hábitos deletérios como chupar o dedo, usar chupeta pois esses fatores projetam os dentes anteriores;
- problemas de alinhamento e oclusão;
- pressão da língua sobre os dentes;
- existência de dentes extras que não nasceram;
- falha na restauração de cáries ou fraturas interproximais;
- entre outros.
Dentes mais comuns para o diastema aparecer
Os diastemas podem surgir em qualquer região das arcadas dentárias. Quando está associado a agenesias dentárias geralmente aparece na região de segundos pré-molares, ou de incisivos laterais superiores.
Quando estão associados a alteração de formato ou tamanho dentário ou a presença de hábitos deletérios, geralmente aparecem na região de incisivos.
Seja qual for a região, precisamos saber qual é a sua causa para saber como resolver o problema de forma definitiva, pois nada adianta fechar um diastema cuja causa for um hábito deletério não resolvido.
Por isso, faça o diagnóstico e se necessário for utilizar de algumas análises de proporções dentárias como a análise de Bolton que avalia a proporção entre a massa dentária e o tamanho da arcada. Assim, irá descobrir se existe excesso ou falta de massa dentária e em qual região do arco ela acontece.
Como é o tratamento para diastema?
Após realizar o diagnóstico para compreender a causa do diastema podemos seguir para o plano e tratamento mais adequado. Com isso, várias são as opções de correção para o paciente. Dentre as mais utilizadas podemos citar:
- manter o diastema a pedido do paciente;
- tratamento ortodôntico;
- prótese ( lente de contato);
- dentística ( restauração com resina);
- frenectomia;
- tratamento dos hábitos deletérios em conjunto com terapias corretivas para estabilidade da correção.
Vamos falar abaixo sobre as principais formas de tratamento, confira:
Ortodontia
A ortodontia geralmente é a melhor indicação para correção de diastemas. Isso porque, os demais dentes podem também apresentar alguma necessidade de tratamento.
Além disso, a presença de diastemas indica muitas vezes alterações ou discrepâncias entre o tamanho dentário e o arco, fazendo necessário movimentar os dentes e para que possam ocupar suas posições ideais.
Por isso, na presença de um diastema a conduta mais interessante seria realizar uma avaliação com o ortodontista para saber da indicação ou não de tratamento.
Lembramos que algumas vezes o tratamento ortodôntico está indicado mas mesmo assim podemos ter a necessidade de tratamentos interdisciplinares para dar estabilidade e melhorar a estética do caso.
Isso pode acontecer quando temos alteração de tamanho dentário, sendo necessário realizar incrementos de resina ou lentes de contato, ou na realização de cirurgias como frenectomia.
Dentística
O tratamento com incrementos de resina está indicado quando não existe necessidade de tratamento ortodôntico, quando o paciente não quer fazer tratamento ortodôntico e quando existe de fato uma alteração de formato e/ou tamanho dentário.
Dessa forma o tratamento estaria indicado para reanatomizar e adequar as proporções dentárias. Isso pode acontecer de forma isolada (apenas um dente) ou mais dentes.
Frenectomia
A frenectomia pode ser realizada em conjunto com o tratamento ortodôntico ou de forma isolada. Está indicada quando o freio labial possui uma inserção baixa, na região interproximal entre os incisivos centrais.
Essas fibras exercem pressão sobre os dentes e causa o diastema. O ideal é que se faça uma avaliação do freio labial superior na fase final de dentadura mista, antes da erupção dos caninos permanentes superiores.
Caso haja indicação de frenectomia ela deve ser realizada nesse momento de erupção de caninos, pois existirá uma tendência natural de fechamento do diastema após a cirurgia.
Caso a cirurgia seja feita após essa fase, geralmente o paciente precisará de tratamento ortodôntico para fechamento do diastema e/ou procedimentos cosméticos.
Se o paciente optar, é possível manter o diastema?
Como todos os procedimentos e tratamentos na odontologia o paciente deve concordar com o que será feito. No caso de diastema não é diferente.
O nosso dever enquanto profissionais será informar e alertar o paciente sobre o que é, qual é o diagnóstico ou causa do diastema, possíveis consequências se não tratar e qual seria o tratamento mais indicado para seu caso.
Se o paciente optar por não tratar, faça acompanhamentos periódicos e mantenha na ficha a decisão do paciente formalizada.
O diastema pode voltar após o tratamento?
O diastema pode voltar dependendo da inserção do freio labial, contatos oclusais, dentre outros fatores. Para evitar recidivas é necessário realizar o correto diagnóstico do caso e fazer o tratamento atuando sobre essas causas.
Pode ser indicado usar contenções ortodônticas removíveis ou fixas e até realizar tratamentos para controlar posição de língua ou hábitos deletérios que poderiam causar a recidiva da abertura de diastema.
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Conclusão
O diastema nada mais é do que um espaço entre os dentes, ou seja, na região interproximal. Ele pode ser causado por diferentes fatores, como alteração de tamanho/forma dos dentes, agenesias, ausências dentárias, presença de hábitos deletérios, entre outras causas.
O tratamento do diastema pode ser realizado de várias formas a depender do diagnóstico do tratamento. Dentre elas podemos ressaltar o tratamento ortodôntico, incrementos com resinas, próteses como a lente de contato, frenectomia e o tratamento de hábitos deletérios.
Antes de tratar é importante entender as causas e conversar com o paciente sobre suas expectativas, objetivos e desejos, e assim montar tratamentos que sejam estéticos, funcionais e que estejam alinhados à realidade dos pacientes.
