Saúde coletiva: o que estuda e o que faz o profissional dessa área

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Você sabe o que é saúde coletiva e quais são suas diferenças de cursos similares da área? O termo constituído por uma fusão de conhecimentos das ciências biomédicas e sociais é a prova de essencialidade da profissão na saúde.

É comum existirem diversas dúvidas quanto ao termo, ainda mais considerando sua similaridade com outros do ramo. No entanto, você verá no artigo de hoje todas as questões acerca do tema.

O que é exatamente saúde coletiva e o que faz seu profissional, importância do estudo dela, seus princípios e diferenças para a saúde pública e seus tipos serão alguns dos tópicos abordados. Nos acompanhe agora para saber todas essas informações:

O que é saúde coletiva?

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A saúde coletiva é uma área de atuação que mescla dois setores da ciência, as biomédicas e as sociais. Consiste nas interações humanas com o meio ambiente a fim de obter desenvolvimento e como a salubridade pode afetar nisso.

Seu início foi na década de 1970, quando após diversos surtos de doenças recentes, toda a América Latina decidiu agir e tentar evitar a situação. Ocorreu, então, a reforma sanitária brasileira, que buscava estudar como as doenças estavam relacionadas com a falta de higiene e condições da população.

A partir desse momento, a saúde expande para conceitos mais abertos, englobando toda a esfera da vida de um paciente que possam lhe causar problemas. Aí que o profissional da área entra, mas executando qual função exatamente?

O que faz um profissional de saúde coletiva?

O especialista no assunto possui como função investigar todas as variáveis que podem estar por fundo de doenças. Ao ter ideia de como se encontra o ambiente social de uma certa área e isso é relacionado às doenças da mesma, é mais fácil desenvolver um plano para tratá-las.

Com todas as propostas da reforma sanitária brasileira, o direito à saúde foi considerado um direito básico de todo cidadão. Foi criado em 1988 o Sistema Público de Saúde (SUS), que se adaptava a cada região para tratar diferentes problemas.

Diversas áreas da saúde compõem a saúde coletiva, desde o atendimento a doenças sexualmente transmissíveis até políticas de saúde oral.

Qual a importância do estudo da saúde coletiva?

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Seja pela área de gestão ou no combate a doenças e pandemias, os avanços na saúde influenciam na qualidade de vida da população. A saúde coletiva consiste em quatro especializações diferentes:

  • Epidemiologia – estudo da distribuição de doenças na população e quais são seus meios de transmissão;
  • Gestão e análise de serviços da saúde – busca novas soluções para aprimorar a dinâmica de atendimento, velocidade na busca por soluções, entre outros;
  • Saúde da família – é essencial que o ambiente mais próximo que o ser humano vive seja adequado, e essa estuda as condições da saúde da família;
  • Promoção da saúde – estudo de meios de transmissão das mensagens para incentivo às práticas populares que favoreçam a saúde no Brasil.

Ao desenvolver cada especialização da área, desde identificar o problema e seus meios até a divulgação do que precisa ser feito e tratamento para a população se torna mais fácil.

História da saúde coletiva no Brasil e a Reforma Sanitária

A reforma sanitária foi a principal responsável pela criação da saúde pública no Brasil, e teve sua projeção inicial no início da década de 1970. A inspiração para isso foi a Itália e serviu como uma resposta à ditadura militar brasileira, assim como no país europeu.

Os apoiadores da ideia, encabeçados por Sérgio Arouca, se juntaram em uma reunião da Organização Pan-Americana de Saúde (AOPAS). Lá, eles começaram a definir regras para e necessidades prioritárias da saúde brasileira por cada região.

Desde então, foram criadas algumas instituições, como o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, em 1976, e a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, em 1979. Até 1988, quando na Constituição Federal é criado o SUS.

Qual a diferença entre saúde pública para saúde coletiva?

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A saúde pública trabalha com o diagnóstico e tratamento de doenças emergentes, em situações em que pacientes chegam com enfermidades e recém tratamento. Seus estudos envolvem formas melhores de atender e tratar os pacientes doentes.

Enquanto isso, a saúde coletiva estuda o motivo da doença ter ocorrido, buscando por casos similares e entendendo como o contexto social causa isso. Seus estudos estão mais focados em melhorar a condição de vida da população que propriamente seu tratamento.

Em outras palavras, os dois atuam juntos no combate a doenças, com a diferença que um trata ela em si enquanto o outro tenta entender porque ela existe e como preveni-la.

Quais são os princípios da saúde coletiva?

No Brasil, a saúde coletiva está intrinsecamente ligada ao SUS, e ele possui alguns princípios básicos que nunca devem ser feridos. Confira a seguir quais são eles:

  • Universalização – a saúde é um direito de todos, e o Sistema único de Saúde deve atender desde a grande metrópole até a aldeia indígena mais afastada da civilização;
  • Equidade – a equidade consiste no tratamento de pessoas necessitadas com mais veemência, ou seja, investindo mais nas áreas mais carentes;
  • Integralidade – o SUS deve proteger todos os seus cidadãos, atendendo a todas as suas necessidades, independente de quantas forem e sua gravidade, além de todas as etapas do tratamento.

Especializações da saúde coletiva

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Como dito anteriormente, existem quatro especializações na área da saúde coletiva, com cada uma representando um pilar para melhorar a saúde da população. Também foi apresentada uma pequena descrição sobre cada uma dessas especializações.

Agora, você vai ver em detalhes o que cada uma delas aborda e como contribui para a melhora da qualidade de vida da população em nosso país:

Epidemiologia

A epidemiologia pode ser definida como a especialização que estuda a questão da saúde-doença no ser humano e no ambiente onde vive. Ela analisa a distribuição das doenças e quais são as similaridades que o contexto social do foco delas possuem.

Ao entender quais são os principais meios de propagação das doenças, é possível elaborar planos de erradicação do problema. Pode-se também utilizar da epidemiologia para fazer o controle dele, mesmo que não o exterminando de forma definitiva.

Por fim, também é possível combinar a epidemiologia com a promoção da saúde para realizar a prevenção de doenças, que será abordada nos tópicos a seguir.

Gestão e análise dos serviços de saúde

O objetivo de toda instituição de saúde é fornecer um tratamento adequado para cada paciente, respeitando suas limitações e necessidades. A gestão e análise dos serviços de saúde serve para padronizar a excelência no atendimento, além de outras questões da instituição.

Transporte do paciente, insumos suficientes para todos e modernização da clínica são coisas somente possíveis com a melhora do clima organizacional. Clima esse que só pode ser melhorado graças à análise e melhoria na gestão dos serviços de saúde.

Promoção da saúde

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de promoção da saúde é “o bem-estar físico, mental e social, mais do que a mera ausência de doença…”. Isso significa que não basta apenas não estar doente para ser considerado saudável.

Por isso, existem maneiras distintas de encarar a promoção da saúde, o que significa que é muito mais que apenas prevenir doenças, apesar de também fazer isso.

O bem-estar e a qualidade de vida são os pilares da promoção da saúde, pois indiretamente eles também estão ligados à prevenção de enfermidades.

Saúde da família

A saúde da família integra a primeira escala de atenção no SUS, o que significa que é uma estratégia essencial para o atendimento básico da população. Com o acompanhamento de um número exato de famílias em uma área geográfica, é possível realizar diversos estudos.

Esses envolvem a promoção da saúde, tópico anterior, além da prevenção de doenças e recuperação dos pacientes. Para que essas ações se tornem efetivas, diversos profissionais atuam em conjunto, desde a contagem das famílias até o trabalho em si.

Alguns dos profissionais atuantes são: enfermeiros, médicos, agentes comunitários, auxiliares de enfermagem, auxiliar de consultório dentário, cirurgiões-dentistas etc.

Tipos de saúde

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Após entender o conceito de saúde coletiva, é essencial que você entenda quais são as áreas da vida de um ser humano que fazem parte de sua saúde geral. Como você pôde notar, o conceito vai muito além da falta de doenças, e sim do bem-estar nos setores da vida.

Todas as áreas precisam estar em harmonia para que uma pessoa seja considerada plenamente saudável. Caso contrário, o pequeno incômodo pode se transformar em algo mais sério e até uma doença no futuro se não resolvido, principalmente psicológica.

Confira agora quais são os 8 tipos de saúde que englobam o ser humano:

Saúde física

A saúde física compreende todo o seu corpo no estado biológico, com questões de energia e estar em forma de modo geral. Não sofrer dores provenientes de trabalho excessivo ou noites mal dormidas são belos exemplos.

O sono é um dos fatores primordiais para uma boa saúde física, influenciando na quantidade de energia para a realização de tarefas. Nutrientes devem ser ingeridos em cada refeição e atividades de lazer precisam estar inclusas para formar uma boa saúde física completa.

Ela é o primeiro passo para que um ser humano seja considerado plenamente saudável, e já ajuda a prevenir uma série de doenças.

Saúde emocional

Ela se refere ao bem-estar psicológico de cada pessoa, seja por pensamentos sobre si mesma ou a qualidade de suas relações. Todos cometem erros temperamentais, mas é importante que, em geral, as pessoas mantenham um controle sobre seus sentimentos e atitudes.

A saúde emocional é um dos fatores que precisam estar em perfeita harmonia para que a execução de tarefas seja bem feita. Um belo exemplo da influência das emoções são atletas de alto rendimento como Simone Biles e Naomi Osaka.

Apesar de estarem em forma, a saúde mental debilitada não as permite executar seu trabalho com primor, e assim se aplica a todas as pessoas.

Saúde espiritual

Uma pesquisa publicada em 2016 pela JAMA Internal Medicine mostrou que pessoas com algum tipo de espiritualidade vivem mais. Harvard também aponta que jovens religiosos costumam possuir qualidade de vida maior quando adultos.

Isso não significa que pessoas religiosas são ajudadas pelo divino, mas sim que possuir um propósito de vida e regras bem estabelecidas te ajuda a ser mais feliz. Casos de depressão, stress, doenças relacionadas ao coração e pressão alta foram reduzidas no estudo.

Portanto, possuir algo para acreditar lhe fornece sensação de conforto e refúgio, que acarretam a melhora da qualidade de vida.

Saúde intelectual

A saúde intelectual não quer dizer que pessoas inteligentes são mais saudáveis, mas sim as que conseguem pensar com clareza. Ao conseguir enxergar diversas perspectivas, é possível experimentar novas ideias e estimular áreas do cérebro não descobertas antes.

Ou seja, a saúde intelectual consiste em entender as diversas perspectivas que o mundo lhe oferece para se adequar a ele e viver melhor. Considerar novos hobbies ou mudar de cidade devido aos seus gostos envolvem o pensamento crítico e a saúde intelectual, por exemplo.

Saúde financeira

Ter uma boa saúde financeira não significa ser rico ou comprar tudo o que deseja, mas sim conseguir pagar o básico para ter uma boa qualidade de vida. Pessoas endividadas ou que normalmente gastam mais que arrecadam não são saudáveis financeiramente.

Esse é um dos setores mais importantes, pois tudo no mundo ocorre graças ao dinheiro, e administrá-lo mal faz com que sua qualidade de vida caia de forma geral. Ele pode te tornar um escravo do seu trabalho, lhe fazendo perder saúde física, por exemplo.

Sendo assim, é de suma importância que as pessoas saibam administrar seu dinheiro de forma que não passem necessidades e prejudiquem os outros setores de suas vidas.

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Saúde familiar

A harmonia familiar é essencial para qualquer indivíduo, já que, de modo geral, a maioria das pessoas passam grande parte de sua vida ao lado deles. Problemas de discussões constantes, independente do assunto, acabam por prejudicar a saúde emocional também.

É interessante observar como todas as áreas estão interligadas, de modo que, a partir do momento que um setor anda mal, os outros tendem a seguir pelo mesmo caminho.

Saúde profissional

A saúde profissional envolve tanto a produtividade quanto as condições que o trabalhador fica durante e após seu expediente. Por se tratar de longos períodos, o trabalho influencia diretamente em todos os setores da vida de um ser humano.

Se o expediente é noturno, a rotina de sono muda, se o trabalhador está sentado, deve-se ter cuidado com a postura, se existe muita pressão, a saúde mental pode ser debilitada. Encontrar algo com que se sinta à vontade para exercer é o primeiro passo para ter uma boa saúde profissional.

Saúde social

Ela envolve a capacidade de interagir com o ciclo de pessoas ao seu redor, sejam amigos, familiares, vizinhos ou qualquer pessoa que atravesse seu caminho. Criar laços é essencial para qualquer pessoa, e saber se comunicar envolve isso.

Sem bons relacionamentos, questões familiares, emocionais e até mesmo profissionais podem ser prejudicadas, dependendo do local de desentendimento. Sendo assim, todos devem saber se comunicar de modo a criar bons laços que agreguem conhecimento e diversão.

Como cursar saúde coletiva na faculdade?

O curso de saúde coletiva dura cerca de 4 anos, é um bacharelado e estuda matérias sobre o funcionamento do corpo humano, além da gestão geral da saúde. Apesar de ser uma profissão em ascensão, já existem diversas universidades oferecendo a graduação.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) disponibiliza um site com os melhores cursos em todo o país. Aqui, daremos foco na Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, com sua graduação em gestão de serviços de saúde.

O curso possui duração padrão de 9 semestres e carga horária obrigatória de 1.680 horas, englobando todos os temas previamente discutidos no artigo.

Quanto ganha um profissional de saúde coletiva?

Segundo o site Educa Mais Brasil, o salário de um sanitarista, nome dado ao profissional da saúde coletiva, varia conforme sua experiência e tamanho da empresa. Um trainee, por exemplo, ganha um salário médio de R$ 2.248,40, enquanto um júnior recebe R$ 2.585,66.

Plenos e seniores recebem respectivamente R$ 2.973,51 e R$ 3.419,53. A média salarial mais alta são dos masters, ganhando cerca de R$ 3.932,45.

Conclusão

Neste artigo você entendeu o que é exatamente saúde coletiva e qual é sua importância para a qualidade de vida da população. Trata-se do estudo do contexto em que populações estão inseridas para entender como as doenças se desenvolvem.

O profissional é essencial para fornecer um atendimento personalizado para cada região e atua em outras frentes, como a prevenção de doenças e conscientização da população. Ele faz tudo isso por meio do SUS, que tem como princípio o atendimento de todos.

Sem essa área, o Brasil seria um país ainda mais atrasado nas questões sanitárias e epidemiológicas, com dados rasos sobre sua população e atendimento genérico.

Agora que você sabe tudo sobre saúde coletiva, leia nosso artigo sobre dentista recém formado, você vai adorar!

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