Preenchimento de papila gengival: o que é?

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papila gengival arcaria dentaria

Você já ouviu falar sobre triângulo negro ou black space? Essa condição é muito comum na clínica odontológica e causa uma grande insatisfação estética nos pacientes. O black space pode ser corrigido de diversas formas a depender da sua causa, sendo uma delas com cirurgia plástica gengival.

Atualmente, um novo procedimento tem chamado atenção da comunidade clínica, pois promete corrigir o triângulo negro sem a necessidade de cirurgia. Esse procedimento é o preenchimento gengival.

Por se tratar de um procedimento mais recente, trabalhos científicos estão sendo desenvolvidos para entender melhor os benefícios, possíveis riscos e longevidade desse tipo de abordagem clínica. Quer entender melhor como funciona? Veja o texto abaixo.

O que é a papila gengival?

Antes de mais nada temos que compreender o que é papila. A papila interdental é um tecido gengival não queratinizado, recoberto por epitélio escamoso estratificado. Na região anterior, possui  formato piramidal e ocupa o espaço localizado entre dois dentes adjacentes, coronalmente à crista óssea alveolar e abaixo do ponto de contato.

Já na região dos dentes posteriores, a papila é ampla e apresenta uma área côncava não queratinizada, denominada área do “col”, que une a papila vestibular com a lingual. Essa estrutura possui suprimento vascular sanguíneo mínimo, o que dificulta sua reconstrução quando necessário.

A ausência da papila pode causar problemas como a impacção alimentar e o desconforto estético. Como causas de perda de papilas podemos ter a recessão gengival, perda óssea, traumas e a doença periodontal.

Podemos também ter uma situação clínica na qual parece que temos uma perda relativa de papila, o chamado black space, mas na verdade a mesma é causada por um mal posicionamento dentário ou por alterações de anatomia dentária.

Importância da papila gengival

A preservação da papila é essencial para a saúde e estética do sorriso. A  mesma protege pequenos impactos da mastigação e são componentes fundamentais para manutenção de saúde dos tecidos periodontais.

Na estética, a papila interdental é responsável por dar o arco gengival de cada dente, conteúdo de maneira significativa para a estética rosa do sorriso.  Sua ausência cria um sorriso não harmônico e dá impressão de existência de diastemas entre os dentes.

Causas de ausência ou alteração da papila interdental

papila gengival atendimento do paciente

Existem diversas causas possíveis para a ausência ou para a  alteração da papila interdental de um paciente. Abaixo vamos conferir algumas dessas causas:

  • Doença periodontal;
  • Formato anatômico da coroa;
  • Angulação da raiz ou mal posicionamento dentário;
  • Posição do contato interproximal;
  • Contornos impróprios de restaurações protéticas;
  • Procedimento de higiene bucal traumática.

Por isso, ao nos deparamos com uma ausência de papila ou triângulo negro precisamos tentar identificar a causa da mesma para poder atuar de maneira assertiva na sua resolução.

Um ponto importante a ser observado é se realmente existe uma perda de tecido ou se a existência do triângulo negro é causado por alterações anatômicas ou mal posicionamento dentário, ou seja, é uma perda relativa.

Se tivermos uma perda relativa, quando corrigirmos a posição dentária através do uso de aparelhos ortodônticos ou quando corrigirmos a anatomia dentaria, contorno de restaurações e ponto de contato, o arco gengival será reestabelecido e a papila irá ocupar o seu espaço devido acabado com o triângulo negro.

Como recuperar a papila gengival do seu paciente?

Bom, agora que já sabemos o que é papila gengival, quais são as causas de sua perda entenderemos melhor como tratá-la.

Como vimos anteriormente, o primeiro passo é saber diagnosticar o motivo da perda de papila ou de sua alteração. E nesse ponto teremos duas opções: existe sim a perda de tecido gengival; ou a ausência da papila é relativa.

Caso tenhamos uma perda relativa os tratamentos mais comumente indicados serão a correção ortodôntica para corrigir a posição dentária, corrigir os contato anatômicos das coroas ou substituir próteses e restaurações adequando o contorno gengival e ponto de contato.

O prognóstico desse tipo de correção é muito bom, pois aqui não tivemos perda de tecido.

Mas ao diagnosticar uma perda de tecido propriamente dita precisamos avaliar as possibilidades de tratamento, pois recuperar uma papila não é fácil e isso deve estar claro para o seu paciente.

Existe sim a possibilidade de se realizar plásticas gengivais através de cirurgias. Existe chance de melhora, mas existe o risco de não conseguir melhorar a papila gengival.

Recentemente, uma nova técnica de preenchimento de papila com ácido hialurônico foi lançada. Essa técnica promove o preenchimento da região, mirando a forma do tecido e a estética do paciente. Vamos falar a seguir sobre essa técnica.

Antes de escolher a forma de tratamento cirúrgico sempre leve em consideração as seguintes características:

  • Tamanho do defeito (comprimento e largura);
  • Largura de tecido queratinizado (para permitir o avanço e a estabilidade do retalho);
  • Quantidade de tecido conjuntivo disponível a partir da área doadora;
  • Exposição do paciente a fatores de risco que podem influenciar a resposta do hospedeiro (fumo, diabetes);
  • Biotipo gengival.

Como funciona o preenchimento da papila gengival?

papila gengival paciente sorrindo

O preenchimento gengival é um procedimento não invasivo e cujos resultados são vistos imediatamente. Assim como no preenchimento facial, são utilizados preenchedores que são aplicados na região da papila gengival para assim aumentar seu volume, contorno e estético do sorriso eliminando possíveis triâgulos negros.

Os agentes de preenchimento dérmico de uso corrente se dividem em quatro categorias: xenoenxertos (ácido hialurônico), autoenxertos, homoenxertos e de materiais sintéticos.

Apesar dos avanços na tecnologia e da existência de vários biomateriais de uso corrente no mercado, nenhum deles alcança todos os critérios necessários.

A substância absorvente de maior experiência na prática clínica e científica é o ácido hialurônico. Existem diversos tipos de apresentações no mercado e a durabilidade dos efeitos clínicos têm variado.

O ácido hialurônico possui alta biocompatibilidade e ausência de reação imunológica local ou sistêmica, permite eliminar o teste cutâneo preliminar, apresentando amostras livres de fibrose e de reação de corpo estranho importante.

Quanto tempo dura o efeito desse procedimento?

Assim como o preenchimento facial, o preenchimento gengival não é um procedimento definitivo Seu efeito costuma passar entre 6 a 8 meses após a aplicação.

Esta característica transitória do tratamento acontece por causa da reabsorção do ácido hialurônico pelo organismo. Este período de duração do efeito, entretanto, varia de paciente para paciente e pode até mesmo ocorrer de forma diferente entre várias áreas infiltradas em um mesmo indivíduo.

Quando esse procedimento não é indicado?

Assim como qualquer tipo de tratamento o preenchimento de papila possui contraindicações, veja abaixo alguma delas:

  • História de reação alérgica ao produto de preenchimento;
  • Fumo;
  • Gravidez e lactação;
  • Uso de medicamentos que causam gengivite;
  • Cirurgia periodontal nos últimos 12 meses;
  • Lesões cariosas e/ou restaurações mal adaptadas adjacentes ao local a ser tratado;
  • Periodontite;
  • Deficiente controle da placa bacteriana;
  • Perdas extensas de papilas gengivais;
  • Presença de alteração na posição dentária ou diastemas.

Quais as vantagens do preenchimento da papila gengival?

Como pontuamos, o preenchimento de papila gengival é um procedimento novo e possui ainda poucos estudos com avaliação clínica a longo prazo, por isso precisamos ter cautela ao indicar esse procedimento.

Os estudos atuais apontam algumas vantagens desse tipo de procedimentos, vejamos abaixo:

  • Melhorar da estética do sorriso;
  • Melhorar na fonação;
  • Reduzir a impacção de alimentos;
  • Facilitar a remoção da placa bacteriana, higienização;
  • Melhorar o contorno gengival;
  • Melhorar a estética do sorriso e eliminar as gengivas acinzentadas pelo metal de próteses dentárias e implantes dentários.

Como é feito o preenchimento gengival?

Para realizar o  preenchimento gengival inicialmente é realizada a profilaxia e bochecho com agentes antissépticos. Em seguida, o dentista anestesia as áreas próximas ao local da aplicação do ácido hialurônico.

O recomendado é aplicar o preenchedor na quantidade de 0,2 ml por papila, colocando a substância no meio da papila, em direção apical e com a utilização de uma agulha 30g.

O local de infiltração do preenchedor situa-se a 2 ou 3 mm de distância da papila gengival remanescente. Em áreas com espaços negros mais extensos, pode-se optar pela aplicação em duas etapas para evitar o excesso de ácido hialurônico local, ou considerar outros tipos de tratamentos para auxiliar a correção.

O controle fotográfico realizado antes, durante a após o preenchimento gengival é essencial para evitar a infiltração excessiva do ácido hialurônico.

Após o procedimento, o recomendado é que o paciente fique 24 horas sem realizar higiene mecânica no local. Além disso, recomenda-se o consumo de alimentos líquidos ou pastosos durante as 48 horas seguintes.

O paciente retorna ao consultório após 7 dias do procedimento para avaliar os resultados e a evolução de eventuais sinais como pequenos edemas e avermelhamentos.

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Conclusão

O preenchimento gengival é um procedimento não invasivo e cujos resultados são vistos imediatamente. Assim como no preenchimento facial, são utilizados preenchedores que são aplicados na região da papila gengival para assim aumentar seu volume, contorno e estético do sorriso eliminando possíveis triângulos negros.

O procedimento em si foi realizado em nível de consultório utilizando ácido hialurônico na região de papila interdental. Está contraindicado para grandes defeitos de papila, pacientes com doença periodontal, grávidas, lactantes, fumantes ou alérgicos ao material preenchedor.

Por se tratar de um procedimento novo ainda existem poucos estudos científicos que avaliam a longevidade, riscos e real benefício da técnica. Por isso, recomendamos cautela ao indicar o tratamento.

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